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Obama promete na ONU manter pressão militar sobre Estado Islâmico

Publicado 24.09.2014, 14:42
© Reuters Presidente dos EUA, Barack Obama, na ONU

Por Steve Holland

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu na Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira manter a pressão militar sobre os militantes do grupo Estado Islâmico, e fez um chamado às pessoas que se juntaram ao grupo extremista no Iraque e na Síria para que "deixem o campo de batalha enquanto ainda é possível".

Falando na Assembleia Geral da ONU, Obama disse que o Estado Islâmico tem de ser destruído e emitiu um chamado global para que os países se unam à coalizão liderada pelos EUA. Antes do discurso do presidente norte-americano, ataques aéreos liderados pelos EUA castigaram alvos do Estado Islâmico pela terceira vez esta semana na Síria e no Iraque.

"A única linguagem entendida por assassinos como esses é a língua da força. Então os Estados Unidos da América vão trabalhar com uma ampla coalizão para desativar essa rede da morte", disse Obama em seu discurso, que durou pouco menos de 40 minutos.

Ele acrescentou que os Estados Unidos não têm a intenção de ocupar nenhum país, mas "vão apoiar iraquianos e sírios que lutam para recuperar suas comunidades".

Obama usou seu pronunciamento anual na Assembleia Geral da ONU para enviar recados para que a Rússia recue de suas agressões contra a Ucrânia, o Irã não "deixe essa oportunidade passar" para forjar um acordo nuclear e, indiretamente, para que a China reduza a pressão contra seus vizinhos da Ásia e Pacífico.

Mas a mensagem mais abrangente foi que o Estado Islâmico, cujo rápido avanço e tomada de amplas faixas dos territórios sírio e iraquiano deixou surpreso todo Oriente Médio, era uma preocupação para o Ocidente e clamou os cinco países árabes a se juntarem aos ataques militares dos Estados Unidos.

Ele se referiu ao Estado Islâmico pelo acrônimo EIIL (sigla para o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, denominação inicial do grupo).

"Hoje, eu peço ao mundo que una seus esforços. Aqueles que se juntaram ao EIIL devem deixar o campo de batalha enquanto podem", disse. "Não vamos sucumbir às ameaças."

Obama disse que um desfecho pacífico para a guerra civil da Síria, que já dura três anos, deve ser encontrado e que uma paz mais ampla é necessária no Oriente Médio.

"É tempo para um negociação mais ampla, na qual as principais potências coloquem diretamente suas diferenças, honestamente, e pacificamente sobre a mesa, de um para outro, ao invés de através de procuradores armados", disse ele.

Especificamente sobre a disputa entre israelenses e palestinos, Obama disse que a violência que envolve a região fez com que muitos israelenses ficassem "prontos para abandonar o duro trabalho de paz."

RÚSSIA

Sobre a crise na Ucrânia, Obama disse que se a Rússia tomar a direção da paz e diplomacia, então os EUA retirariam suas sanções econômicas e estariam dispostos a se empenhar no tipo de diplomacia que no passado foi capaz de levar os dois países a reduzirem seus estoques de armas nucleares e de persuadir a Síria a entregar suas armas químicas.

"Esse é o tipo de colaboração que estamos preparados a perseguir novamente se a Rússia mudar de trajetória", disse.

A respeito do Irã, Obama disse que ainda resta uma oportunidade para se alcançar um entendimento entre Teerã e potências mundiais com o objetivo de resolver as antigas diferenças sobre o programa nuclear iraniano.

© Reuters. Presidente dos EUA, Barack Obama, na ONU

"Minha mensagem aos líderes e ao povo do Irã é simples: não deixem essa oportunidade passar. Podemos alcançar uma solução que atenda suas necessidades energéticas ao mesmo tempo em que garanta ao mundo que seu programa é pacífico", disse.

Ele ainda pediu aos países na região do Pacífico asiático, sem mencionar a China em particular, que resolvessem suas diferenças regionais pacificamente e dentro das normas estipuladas pela legislação internacional.

Obama também pediu que vários outros países assumam compromissos concretos na luta contra o surto de Ebola na África Ocidental.

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