Investing.com – O Índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,01% em novembro na comparação mensal, abaixo das projeções de 0,10%. Com o indicador praticamente estagnado no período, no trimestre, o IBC-Br perdeu 0,49%.
O indicador era aguardado por analistas, que esperam que a economia brasileira tenha finalizado os últimos meses do ano próxima da estagnação. Com juros em queda, mas ainda em patamares elevados e em território contracionista, segue o peso na atividade. A perda de fôlego no agronegócio, que foi o motor do primeiro semestre, também é um dos fatores para a perda do dinamismo.
O indicador ficou praticamente estável em novembro mesmo com dados setoriais positivos no período, o que indica uma desaceleração da economia brasileira preocupante, na opinião de Ecio Costa, professor de Economia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “O último trimestre do ano geralmente é um trimestre em que há uma retomada. E o primeiro trimestre de 2024, provavelmente, vai ser de um crescimento mais baixo”, detalha, ao lembrar que no final de ano, com pagamento de décimo terceiro salário, os trabalhadores possuem mais recursos para fazer compras, viajar e participar de festas de final de ano.
Rafael Perez, economista da Suno Research, recorda que o dado reverte três quedas seguidas, diante de uma alta nos setores de serviços (0,4%), da indústria (0,5%) e do varejo (0,1%) no mês de novembro.
“Diante dos efeitos cumulativos da política monetária restritiva, o alto endividamento das famílias, a dissipação dos efeitos do agro e o menor crescimento global, a economia ainda apresenta sinais de arrefecimento”, pondera Perez.
O crescimento ocorreu devido a fatores pontuais, acredita Igor Cadilhac, economista do PicPay. “Vale lembrar que, em novembro, além da Black Friday, houve uma procura elevada por serviços devido à realização de grandes shows”, completa.