WASHINGTON (Reuters) - A atividade empresarial dos Estados Unidos desacelerou consideravelmente em junho, uma vez que a inflação elevada e uma queda na confiança do consumidor reduziram a demanda de forma generalizada, resultando na primeira contração em quase dois anos da medida de novas encomendas.
A S&P Global disse nesta quinta-feira que seu índice PMI Composto preliminar dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e serviços, caiu para 51,2 neste mês, de leitura final de 53,6 em maio. Esse foi o ritmo de crescimento mais lento em cinco meses.
Leitura acima de 50 indica expansão no setor privado.
Embora a economia pareça ter se recuperado de um tombo no primeiro trimestre, que foi em grande parte impulsionado por um déficit comercial recorde, a leitura do PMI sugere que o ímpeto está diminuindo. Os dados somam-se à fraqueza recente de relatórios sobre vendas no varejo, construção de moradias, alvarás de construção, vendas de residências e manufatura nos Estados Unidos.
A economia norte-americana está lutando contra uma inflação elevada, com os preços ao consumidor subindo no ritmo mais rápido em mais de 40 anos em base anual, forçando o Federal Reserve a apertar agressivamente a política monetária.
O índice preliminar composto de encomendas caiu para 47,4, indicando a primeira contração desde julho de 2020, de leitura de 54,9 em maio. As carteiras de pedidos também caíram pela primeira vez em dois anos.
Com a queda dos pedidos, a confiança das empresas recuou para o nível mais baixo desde setembro de 2020.
"A confiança das empresas está agora em um nível que normalmente anunciaria uma desaceleração econômica, aumentando o risco de recessão", disse Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence.
O enfraquecimento da demanda, no entanto, levou a alguma moderação nos preços tanto de insumos quanto de produtos acabados. Ainda assim, a inflação nas fábricas e setor de serviços permaneceu elevada.
O PMI preliminar de manufatura da pesquisa recuou para 52,4, de 57,0 em maio. Economistas consultados pela Reuters previam queda para 56,0.
Já o PMI preliminar do setor de serviços caiu para leitura de 51,6, de 53,4 em maio.
(Por Lucia Mutikani)