Por Jonathan Cable
LONDRES (Reuters) - A produção industrial da zona do euro passou a contrair inesperadamente em fevereiro uma vez que a Alemanha recuou de novo em meio a tensões comerciais e problemas no setor automotivo, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
Embora essa contração tenha sido compensada por uma aceleração mais forte do que o esperado na atividade de serviços --o que se significa que o crescimento da atividade empresarial acelerou levemente--, ela provavelmente irá preocupar autoridades já que as fábricas também impulsionam o dominante setor de serviços do bloco.
O PMI Composto preliminar do IHS Markit subiu para 51,4 neste mês de 51,0 em janeiro, acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 51,1 mas ainda abaixo de onde estava na maior parte dos últimos quatro anos.
"A economia da zona do euro permaneceu próxima da estagnação em fevereiro. O cenário geral continua sendo de ambiente de negócios mais fraco do que visto durante a maior parte do ano passado", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit.
Williamson disse que os resultados indicam crescimento da zona do euro no primeiro trimestre de apenas 0,1 por cento, abaixo da estimativa em pesquisa da Reuters de 0,4 por cento.
O PMI preliminar da indústria caiu a 49,2 este mês, leitura mais fraca desde meados de 2013 e bem abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. Pesquisa da Reuters previa queda modesta a 50,3 ante 50,5 em janeiro.
O vasto setor industrial da Alemanha contraiu pelo segundo mês seguido, apenas semanas antes da saída prevista do Reino Unido da União Europeia e conforme a incerteza em torno da guerra comercial entre China e Estados Unidos continua e em meio a novos padrões sobre poluição que afetam as montadoras.
Em contraste, a demanda por serviços no bloco acelerou, com o PMI do setor saltando para 52,3 de 51,2, acima da pesquisa da Reuters de 51,4.