WASHINGTON (Reuters) - A atividade industrial dos Estados Unidos teve contração em novembro pela primeira vez em 36 meses com o setor sentindo o peso do dólar forte e dos profundos cortes de gastos no setor de energia.
Mas a economia continua em solo firme, com outros dados divulgados nesta terça-feira mostrando aumento forte nos gastos com construção em outubro com o aumento das despesas em todas as áreas.
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou que seu índice nacional de indústria caiu para 48,6 no mês passado, a primeira leitura mostrando contração desde novembro de 2012, ante 50,1 em outubro. Embora uma leitura abaixo de 50 indique contração da indústria, o índice continua acima de 43,1, o que sinalizaria recessão.
A indústria, que responde por 12 por cento da economia norte-americana, têm sido prejudicada pelo dólar forte e pelos cortes de gastos pelas empresas de energia. O dólar já se valorizou 18,1 por cento contra as moedas dos principais parceiros comerciais dos EUA desde junho de 2014.
A indústria também tem sido prejudicada pelos esforços das empresas de reduzir o excesso de estoques, o que vai colocar pressão sobre as novas encomendas. Dados recentes sobre planos de gastos de capital das empresas e da produção industrial deram esperanças de que o pior dos problemas do setor já havia acabado.
Em um segundo relatório, o Departamento do Comércio divulgou que os gastos com construção subiram 1,0 por cento, para uma taxa sazonalmente ajustada de 1,11 trilhão de dólares, o nível mais alto desde dezembro de 2007, após o ganho de 0,6 por cento em setembro.
Os gastos com construção subiram em todos os meses deste ano e devem dar sustentação à economia nos últimos três meses do ano, enquanto lida com o dólar forte e os cortes da energia. O consumo fraco também tem segurado o crescimento.
(Reportagem por Lucia Mutikani)