Tóquio, 21 mai (EFE).- O banco central do Japão (BoJ, sigla em inglês) anunciou nesta quarta-feira, ao final de sua reunião mensal de dois dias, que manterá intacto seu programa de estímulos destinados a acabar com o ciclo deflacionário que afetou o país asiático nos últimos 15 anos.
Os nove membros de sua junta de política monetária aprovaram por unanimidade a manutenção do plano de compra em massa de títulos da dívida pública e ativos de risco iniciado em abril de 2013 para conseguir que a inflação anualizada fique em torno de 2% em 2015.
Nesse sentido, o BoJ continuará realizando "operações para aumentar a base monetária a um ritmo anual de entre 60 e 70 trilhões de ienes (entre US$ 592,8 e 691,6 bilhões)", segundo o documento publicado no final da reunião mensal.
Quanto a sua avaliação da economia japonesa, o BoJ prevê a "continuação da tendência de recuperação moderada, apesar de que a mesma será afetada pela consequente queda da demanda" ocorrida após o aumento do imposto sobre o consumo (de 5% para 8 %) que aconteceu no dia 1º de abril.
Os economistas consideraram como certo que os membros da junta de política monetária analisariam durante o encontro o impacto econômico do aumento tributário.
Vários indicadores divulgados em abril mostraram um grande retrocesso do consumo privado, o principal motor de crescimento do Japão, mas o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, se mostrou publicamente convencido que esse índice voltará em breve para os níveis anteriores devido à boa situação trabalhista no país.
Com isso, o documento garante que o consumo e o investimento imobiliário "mantêm sua solidez" em linhas gerais, graças às "melhorias salariais e do mercado de trabalho" e apesar da forte queda na demanda observada após o aumento da tarifa sobre o consumo.
Também explica que as exportações japonesas, outro fator de peso na economia japonesa, "se estabilizaram recentemente", e que o investimento de capital corporativo "aumentou moderadamente graças à melhora dos lucros empresariais".
Por sua vez, o investimento público, uma das ferramentas que o governo de Shinzo Abe potencializou dentro de seu programa de revitalização econômica, "parece ter se estabilizado em um nível muito alto".
Além disso, a junta de política monetária advertiu mais uma vez sobe os riscos "globais" que pairam sobre a terceira maior economia do mundo, entre os quais estão a desaceleração dos mercados emergentes, o problema da dívida na Europa e o ritmo da recuperação nos Estados Unidos.
Quanto à inflação, ressaltou que o índice de aumento nos preços está atualmente em torno de 1,25%.