Rio de Janeiro, 30 set (EFE).- O Banco Central reduziu de 2,7%, calculado em junho, para 2,5% a previsão para o crescimento da economia do Brasil neste ano, segundo o relatório trimestral de inflação divulgado nesta segunda-feira pelo organismo emissor.
A entidade já tinha reduzido sua projeção no relatório divulgado em junho com relação a março, quando previu um crescimento econômico de 3,1%.
Segundo a nova projeção, o crescimento deste ano ficará acima dos 0,9% registrado em 2012, mas abaixo dos 2,7% medido em 2011 e muito distante da expansão de 7,5% de 2010.
A previsão do Banco Central coincide com a do próprio Governo (2,5%).
Os economistas do mercado, por sua vez, projetam para este ano um crescimento de 2,4%, segundo uma pesquisa realizada na semana passada entre cem analistas e divulgada também nesta segunda-feira pelo Banco Central.
De acordo com o Banco Central, a economia crescerá neste ano impulsionada principalmente pela demanda interna, mas também pela externa graças à melhoria da situação internacional.
"A demanda interna tende a se apresentar relativamente robusta, especialmente no consumo das famílias, em grande parte pelos efeitos de fatores de estímulo (incentivos do Governo) e também ao crescimento da renda e à expansão moderada do crédito", segundo o relatório.
"O cenário de maior crescimento mundial, em particular de importantes parceiros comerciais do Brasil, associado à depreciação do real, milita para que a demanda externa seja mais propícia ao crescimento da economia brasileira", acrescenta o documento.
De acordo com as previsões do Banco Central, a economia brasileira será impulsionada neste ano principalmente pelo setor agropecuário, cuja produção se expandirá 10,5%, acima dos 8,4% calculado em junho.
A projeção para o crescimento da indústria neste ano foi revisada para 1,1%, contra 1,2% prevista em junho, tanto que a previsão para o crescimento do setor serviços foi reduzida desde 2,6% há três meses até 2,3% neste mês.
O órgão emissor lembrou que a economia cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano, acima das expectativas, mas admitiu que o país terá uma desaceleração no terceiro trimestre.
Segundo a entidade, índices já divulgados, como os de produção industrial e de confiança de empresários, antecipam um resultado pouco satisfatório para o terceiro trimestre.
Essa desaceleração, de acordo com o relatório do órgão emissor, foi provocada pela decisão do Governo de levantar algumas medidas de estímulo que tinha concedido desde o ano passado para fazer frente à crise internacional, devido a que tais incentivos vinham pressionando a inflação.
Com relação ao índice de preços, o organismo emissor reduziu sua projeção para a inflação neste ano desde 6% calculado em junho até 5,8% previsto para este mês. A projeção para a inflação de 2014 foi elevada desde 5,4% até 5,7%.
Menos otimistas, os economistas do mercado elevaram ligeiramente sua previsão para a inflação neste ano desde 5,81% calculado há uma semana até 5,82% na pesquisa divulgada hoje, e a da inflação de 2014 desde 5,96% até 5,97%.
As projeções tanto do Banco Central como dos economistas indicam que a inflação de 2013 e de 2014 estará acima da meta do Governo, de 4,5 % anual, mas dentro da margem de tolerância, que é de 2 pontos percentuais, o que permite que o índice chegue até 6,5%. EFE