Por David Milliken
LONDRES (Reuters) - O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) concordou em emprestar dinheiro ao governo temporariamente, se necessário, para ajudar a financiar seus enormes planos de gastos com o Covid-19, revivendo uma medida usada durante a crise financeira de 2008.
Sensível às alegações de que está recorrendo ao 'financiamento monetário' ou apoiando permanentemente os gastos do governo com a impressão de dinheiro, o BoE enfatizou que sua mudança é uma medida de curto prazo - com qualquer dinheiro emprestado devendo ser reembolsado até o final de 2020.
O presidente do BoE, Andrew Bailey, disse no domingo que o financiamento monetário é um anátema para os banqueiros centrais e o vinculou à hiperinflação na década de 1920 na Alemanha e depois no Zimbábue.
"Como medida temporária, isso fornecerá uma fonte de liquidez adicional a curto prazo ao governo, se necessário, para suavizar seus fluxos de caixa e apoiar o funcionamento ordenado dos mercados durante o período de interrupção pelo Covid-19", disse o BoE nesta quinta-feira em declaração conjunta com o Ministério das Finanças.
No entanto, o BoE - que foi fundado em 1694 para ajudar a financiar as guerras britânicas contra a França - está mais diretamente envolvido nas finanças do governo do que outras contrapartes, como o Banco Central Europeu.