Por William Schomberg e David Milliken
LONDRES (Reuters) - O banco central britânico afirmou que o Reino Unido deve enfrentar o crescimento econômico mais fraco em dez ano em 2019, culpando a crescente incerteza sobre o Brexit e a desaceleração global, mas manteve a mensagem de que a taxa de juros vai subir se o acordo do Brexit for fechado.
Enquanto outros bancos centrais dizem que vão adiar o aumento dos custos dos empréstimos, o Banco da Inglaterra reafirmou que aumentos graduais e limitados dos juros estão por vir na quinta maior economia do mundo, desde que um Brexit sem acordo que está a apenas a 50 dias seja evitado.
"O crescimento econômico do Reino Unido desacelerou no final de 2018 e parece ter enfraquecido ainda mais no início de 2019", disseram as autoridade do banco central, depois de uma votação unânime para manter os juros em 0,75 por cento, como esperado em uma pesquisa da Reuters com economistas.
"Essa desaceleração reflete principalmente uma atividade mais fraca no exterior e os maiores efeitos das incertezas do Brexit domesticamente".
O Banco da Inglaterra disse anteriormente que o pior cenário do Brexit, que seria sem um acordo para um período de transição e uma súbita perda de confiança no Reino Unido entre os investidores estrangeiros, poderia prejudicar a economia mais do que a crise financeira global.
Nesta quinta-feira, o banco central reduziu acentuadamente sua previsão de crescimento econômico para 2019, para 1,2 por cento, de sua estimativa anterior de 1,7 por cento, feita em novembro.
Este foi o maior corte em suas projeções desde o período imediatamente após o referendo do Brexit em 2016 e colocou o Reino Unido a caminho de registrar o crescimento econômico mais fraco nos 10 anos desde a crise financeira global.
Para 2020, as perspectivas gerais de crescimento econômico também foram reduzidas para 1,5 por cento, de 1,7 por cento anteriormente, e projetou um crescimento de 1,9 por cento, mais forte do que o esperado anteriormente, para 2021.
O banco central disse que os mercados estão agora precificando a taxa de juros a 1,1 por cento até o final de 2021, em comparação com 1,4 por cento nas últimas previsões em novembro.