BUENOS AIRES (Reuters) - O banco central da Argentina desvalorizou nesta segunda-feira o peso em quase 18% e fixou a taxa de câmbio em 350 por dólar até a eleição geral de outubro, disse à Reuters uma fonte oficial, depois da vitória nas eleições primárias de um candidato libertário de direita que assustou os mercados.
A autoridade monetária decidiu também elevar a taxa básica de juros em 21 pontos básicos, para 118% ao ano.
Há uma "desvalorização a 350 (pesos) e taxa de câmbio fixada até as eleições (gerais) e (foi decidido) aumento da taxa de juros de 21 pontos (básicos), disse a fonte, sob condição de anonimato.
O parlamentar Javier Milei, que deseja desmantelar o banco central e dolarizar a economia, abalou a corrida rumo às eleições presidenciais de outubro ao superar em muito as previsões obtendo cerca de 30% dos votos.
O peso oficial caiu quase 18% na manhã de segunda-feira, para pouco mais de 350 pesos por dólar, e a fonte disse que o câmbio será fixado nessa taxa até a votação presidencial de outubro.
A terceira maior economia da América Latina tem lidado com uma grave crise econômica com inflação elevada e queda das reservas do banco central. As reservas brutas da entidade chegam a 23,8 bilhões de dólares, mas as reservas líquidas, descontadas as obrigações, ultrapassam um saldo negativo de 8 bilhões de dólares, segundo analistas privados.
(Reportagem de Jorge Otaola, Walter Bianchi e Adam Jourdan)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5047 2984))
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