Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - As autoridades do banco central do Japão avaliaram o quanto deveriam permitir que os rendimentos dos títulos do governo recuem, à medida que se preocupam com a piora das perspectivas econômicas mundiais e com o aumento dos custos de uma flexibilização prolongada, mostrou um relatório de suas opiniões em uma reunião de revisão de juros realizada em dezembro.
Algumas autoridades também alertaram que o alcance da meta de inflação de 2 por cento do banco central pode ser ainda mais lento devido às recentes quedas nos preços do petróleo e pelos crescentes sinais de enfraquecimento da economia do Japão, mostrou o relatório nesta sexta-feira.
"A incerteza sobre a perspectiva econômica global está aumentando. Considerando que tais condições devem persistir, os riscos são geralmente negativos", disse um dos nove membros do conselho.
Outros também apontaram sinais de desaceleração na economia chinesa e o impacto das disputas comerciais entre os Estados Unidos e a China sobre o sentimento empresarial do Japão.
Os rendimentos dos títulos de longo prazo do governo caíram para mínimas de vários meses, com os investidores acumulando títulos com temores de uma desaceleração global, eliminando os esforços do Banco do Japão para aumentar a curva de rendimentos para dar às instituições financeiras algum espaço de alívio.
O banco central deve permitir que os rendimentos subam mais, já que as atuais taxas ultra baixas estão prejudicando o mercado de títulos corporativos do Japão, disse outro membro, acrescentando que ampliar a faixa de rendimento dos títulos ou encurtar a duração dos títulos do banco central pode ser uma "opção futura".
Na reunião de dezembro, o Banco do Japão manteve intacta sua política de orientar os rendimentos de curto prazo a uma taxa negativa de 0,1 por cento e o rendimento dos títulos de 10 anos em torno de zero por cento.