MILÃO (Reuters) - O Banco Central Europeu está preparado para fazer o que for necessário para manter o curso do sua meta de médio prazo para a inflação, afirmou o presidente do BCE, Mario Draghi, em uma entrevista publicada neste sábado.
Os preços ao consumidor na zona do euro caíram 0,1 por cento em setembro, num desempenho distante da meta do BCE de uma inflação pouco abaixo de 2 por cento, motivando chamados para que o banco central estendesse ou expandisse seu programa de estímulo de 60 bilhões de euros por mês.
"Se nos convencermos que nossa meta de inflação a médio prazo está em risco vamos tomar as medidas necessárias", afirmou Draghi ao jornal italiano Il Sole 24 Ore. "Vamos ver se mais estímulo é necessário. É uma questão não resolvida."
Segundo Draghi, estima-se que a inflação na zona do euro ficará perto de zero pelo menos até o início de 2016.
"Esperamos que a inflação acelere gradualmente a partir de meados de 2016 até o final de 2017, também devido ao efeito desfasado da depreciação da taxa de câmbio", disse Draghi.
O presidente do BCE afirmou haver riscos tanto para a inflação quanto para o crescimento em vista da debilidade das economias emergentes e uma potencial desaceleração nos Estados Unidos.
"As previsões para o crescimento mundial foram revistas para baixo. É provável que essa desaceleração não seja temporária", advertiu.
No entanto, Draghi disse que estava otimista sobre o futuro da zona do euro, porque "os riscos de fragmentação diminuíram significativamente, se não desapareceram."
(Por Stephen Jewkes)