Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu manteve a política nesta quinta-feira e o presidente do BCE, Mario Draghi, deve minimizar as preocupações com a recente fraqueza na economia da zona do euro, deixando a porta aberta para encerrar as compras de títulos até o final do ano.
Tendo modificado sua orientação no mês passado para refletir um crescimento sólido, Draghi deve argumentar que a economia está se movimentando e que nunca se esperou que as leituras de crescimento extraordinário vistas na virada do ano nunca se sustentariam.
De fato, com a economia do bloco expandindo por 20 trimestres consecutivos e milhões de novos empregos criados, o principal debate entre autoridades monetárias é sobre a rapidez com que se retirará os estímulos e preservará o poder de fogo do BCE para a próxima contração.
Em particular, as autoridades monetárias precisarão definir uma data para encerrar o programa de compras de títulos do BCE, de 2,55 trilhões de euros, que cortou os custos de empréstimos e impulsionou o crescimento, mesmo que não tenha conseguido elevar a inflação à meta.
Com a decisão desta quinta-feira, as compras de títulos continuarão em 30 bilhões de euros por mês pelo menos até o final de setembro, ou além disso se necessário para impulsionar a inflação.
A taxa de depósito, atualmente a principal ferramenta de juros do BCE, permanecerá em -0,40 por cento enquanto a taxa de refinanciamento foi mantida em 0 por cento.
A atenção agora se volta para a coletiva de imprensa de Draghi, durante a qual ele deve argumentar que o crescimento ainda é sólido e pode apontar para preços mais altos do petróleo e alguma melhora na inflação.