Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deixou inalterada sua política monetária ultrafrouxa, como era esperado, nesta quarta-feira, dando tempo às recentes medidas de estímulo para que tenham efeitos na economia e contenham a fraqueza global.
O presidente do BCE, Mario Draghi, confirmou que as autoridades estão avaliando medidas para mitigar o impacto sobre os bancos de sua taxa de depósito negativa, bem como a precificação de novos empréstimos baratos de dois anos a bancos, mas disse que é cedo demais para decidir.
"Precisamos de mais informações que chegarão a nós entre agora e junho", disse Draghi.
Como a Alemanha se aproximando de uma recessão, o BCE já recuou de seus planos de apertar a política monetária, mas pode estar relutante em fazer mais já que as causadas da contração --demanda fraca do exterior e turbulências políticas --estão além de seu alcance.
Em entrevista à imprensa após a reunião, Draghi falou pouco sobre qualquer medida de estímulo planejada mas destacou mais riscos de baixa ligados a tensões comerciais globais e outras incertezas.
"Dados recebidos continuam fracos, especialmente para o setor industrial...O ímpeto mais fraco de crescimento deve continuar neste ano", disse ele.
Draghi acrescentou que o enfraquecimento da inflação deve "provavelmente atingir o nível mais baixo" em setembro e que membros do Conselho do BCE reconheceram a força da economia.
"As probabilidades estimadas de uma recessão permanecem baixas", concluiu ele sobre o risco para a economia da zona do euro.
O BCE prometeu nesta quarta-feira manter as taxas de juros em mínimas recordes ao menos durante este ano.
Com a decisão desta quarta-feira, a taxa de depósito do BCE, atualmente sua principal ferramenta, permanece em -0,40 por cento.
A taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permaneceu em 0 por cento, enquanto a taxa de empréstimo ficou em 0,25 por cento.
(Reportagem de Balazs Koranyi)