HELSINQUE (Reuters) - O Banco Central Europeu tem espaço para afrouxar a política monetária caso seja necessário e não deve deixar dúvidas sobre seu "compromisso absoluto" em cumprir seu mandato de inflação, disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, nesta segunda-feira.
Com o crescimento e a inflação desacelerando durante grande parte deste ano, o BCE já disse que pode precisar fornecer mais estímulo, possivelmente por meio de cortes na taxa de juros e mais compras de ativos.
Mas com os juros já em mínimas recorde e a carteira do BCE em 4,7 trilhões de euros, os críticos dizem que a potência de suas ferramentas restantes é limitada e que mais flexibilização só pode proporcionar um impulso modesto.
"Nossa avaliação é de que (nosso) pacote de política monetária tem sido eficaz e mais flexibilização pode ser fornecida, caso seja necessário, para cumprir nosso mandato", disse Lane em uma conferência em Helsinque. "A eficácia do conjunto de ferramentas de políticas significa que podemos adicionar mais flexibilização monetária."
Lane, o mais novo membro do Conselho do BCE, acrescentou que se o banco optar por um corte nos juros, também avaliará se "medidas de contenção" são necessárias para compensar os efeitos colaterais da taxa de juros negativa sobre os bancos, que transmitem a maior parte de sua política para a economia real.
Lane também disse que é essencial que o BCE demonstre seu compromisso com seu mandato, que é manter a inflação perto mas abaixo de 2%, uma marca que tem falhando em alcançar desde 2013.
"Especialmente quando a inflação se desvia de seu objetivo por um período prolongado, os bancos centrais - incluindo o BCE - devem adotar estratégias de comunicação claras que não deixem dúvidas sobre seu compromisso absoluto em atingir o objetivo de inflação no médio prazo", acrescentou Lane.
(Por Balazs Koranyi)