O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco da Letônia, Martins Kazaks, disse nesta quinta-feira, 22, que a autoridade monetária pode cortar juros mesmo se o processo de desinflação estagnar na zona do euro, mas deve seguir em frente com cautela, visto que ainda há "alguns riscos de reaceleração".
Em entrevista à Bloomberg às margens do Simpósio de Jackson Hole, Kazaks afirmou que se preocupa com a força da economia do bloco, que tem se mostrado frágil, e uma redução nos juros pode impulsionar a atividade no médio prazo. "Mesmo depois de alguns cortes, a política monetária continuará restritiva, fazendo pressão sobre a inflação", disse.
Kazaks afirmou também que a decisão de juros do encontro de setembro do BCE segue em aberto, a depender de mais alguns indicadores que serão divulgados até lá.
Ele defendeu que as decisões do BC da zona do euro devem ser tomadas independente das escolhas do par norte-americano, o Federal Reserve. "Mesmo que o Fed corte juros em 100 pontos-base neste ano, nós não precisamos segui-lo. Já houve momentos na história em que o diferencial de juros entre as duas economias foi maior", pontuou.