FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deve persistir na contenção do crescimento econômico, dadas as amplas pressões inflacionárias, e aguardar para cortar os juros novamente até que a incerteza diminua, disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, nesta terça-feira.
O BCE reduziu os juros na quinta-feira passada pela primeira vez desde 2019, mas não prometeu dar continuidade ao afrouxamento monetário, mesmo que a presidente do BCE, Christine Lagarde, tenha sugerido que esse foi o primeiro passo em uma série de cortes.
"Em um mundo de incertezas, uma maneira de lidar com a incerteza é esperar um pouco; esperar e ter certeza de que não está dando um passo do qual vai se arrepender", disse Lane em um evento em Dublin.
Lagarde disse na segunda-feira que o BCE poderia esperar mais de uma reunião antes de cortar os juros novamente, e todos os comentários sobre a virtude da paciência foram vistos como um sinal de que os juros permanecerão inalterados no próximo mês.
Lane argumentou que o crescimento dos salários é a principal incógnita e isso justifica a manutenção de juros suficientemente altos para restringir o crescimento.
Os mercados preveem pouco mais de um corte nos juros no segundo semestre do ano e entre três e quatro movimentos nos próximos 18 meses.
"O que estamos tentando dizer é (que) seremos ágeis. Se acharmos que eles (os dados) se moveram em uma direção, faremos mais. Se percebermos que eles se moveram em outra direção, faremos menos", disse Lane.
Ele acrescentou que o BCE não está se comprometendo com nenhum outro movimento de afrouxamento da política monetária após o corte da taxa de juros na quinta-feira passada, e que qualquer ação posterior dependerá dos dados recebidos e as decisões serão tomadas reunião por reunião.
(Reportagem de Balazs Koranyi)