Brandão: Sem compra de plataforma de petróleo, País teria superávit de US$ 2,6 bi em fevereiro

Publicado 07.03.2025, 18:10
© Reuters Brandão: Sem compra de plataforma de petróleo, País teria superávit de US$ 2,6 bi em fevereiro

O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, afirmou nesta sexta-feira, 7, que uma operação de compra de plataforma de petróleo foi a responsável por puxar o saldo comercial de fevereiro para o campo negativo. Sem essa importação, o mês teria registrado superávit de US$ 2,6 bilhões, além de saldo positivo de US$ 4,6 bilhões no primeiro bimestre.

Com a operação, a balança registrou déficit comercial de US$ 323,7 milhões em fevereiro. No ano, o saldo positivo é de US$ 1,934 bilhão. "Foi importada uma plataforma para o Campo de Bacalhau, a maior plataforma já importada pelo Brasil no valor de US$ 2,7 bilhões. Isso ajudou esse desempenho da importação no mês, é uma plataforma com origem na China", explicou Brandão em coletiva de imprensa sobre os dados de fevereiro. A situação fez com que o Brasil produzisse o primeiro déficit mensal desde janeiro de 2022.

Essa compra ajudou a impulsionar o número de importações e da corrente de comércio no mês, que bateram recorde para meses de fevereiro, com US$ 23,3 bilhões e US$ 46,2 bilhões, respectivamente. O negócio também impactou o número de compra de bens de capital, que cresceu 143,1% ante fevereiro do ano passado. "Se não tivesse esse valor da plataforma, teríamos um comportamento de importação semelhante com fevereiro de 2024", observou Brandão.

No acumulado do bimestre, as compras de bens de capital cresceram 73,8%. Brandão observou que, no resultado dos dois meses, houve alta nas importações de todas as origens, exceto o Canadá. Ele destacou também que houve crescimento do volume importado de praticamente todos os principais bens, com exceção dos automóveis de passageiros - que recuaram 22,5% em valor e 15,1% em volume - e de óleos brutos de petróleo, cujas compras caíram 12,4% em valor e 9,4% em volume no primeiro bimestre.

Tarifas de Trump

Brandão avaliou ser prematuro fazer qualquer projeção sobre eventuais impactos na balança comercial brasileira a partir das medidas tarifárias anunciadas pelo presidente americano Donald Trump. Por ora, Brandão não vê efeitos da nova política dos EUA nas trocas internacionais do Brasil. "Uma mudança de algum parceiro comercial na política comercial não é suficiente para reverter essa característica da balança brasileira, de superávit, que já vem de anos."

"Se não tem definição de como vão ficar os níveis tarifários, ainda é cedo para firmar e fazer qualquer projeção. Talvez quando divulgarmos a projeção com os dados realizados do primeiro semestre, caso essas mudanças tarifárias se consolidem e os fluxos comerciais se alterem, só lá a gente vai poder afirmar que teve algum efeito ou não", explicou o técnico em coletiva de imprensa sobre os dados da balança do primeiro bimestre.

Em fevereiro, a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 323,7 milhões. Brandão rejeitou avaliações de que esse resultado possa estar relacionado com o governo norte-americano, destacando que o saldo negativo foi resultado de uma operação de compra de plataforma de petróleo. Sem ela, haveria superávit de US$ 2,6 bilhões no mês, além de saldo positivo de US$ 4,6 bilhões no primeiro bimestre.

"Vimos esses adiamentos de tarifas, algumas entraram em vigor, outras não. Elas não são suficientes para explicar o movimento da balança comercial brasileira. Então é cedo para fazer qualquer afirmação nesse sentido, provavelmente não tem nenhum efeito na balança comercial brasileira. Essa é uma característica desses movimentos que já temos observados ao longo de meses e anos. Nos últimos dois anos observamos essas características de preços internacionais reduzindo", disse Brandão, defendendo que a política comercial de parceiros não surte efeito tão rápido, direto nem generalizado sobre o Brasil.

Embora o saldo comercial esteja num processo de redução ante 2023, o diretor do Mdic argumentou que as exportações brasileiras são muito fortes e que o País ainda terá superávit alto em 2025. "O Brasil ainda é muito competitivo na exportação. Não é esperado que saldo se reduza a ponta que se produza déficit no Brasil", disse.

Ele ainda respondeu que a decisão do governo de zerar alíquotas de imposto de importação de nove alimentos não é suficiente para gerar algum tipo de déficit da balança comercial. "É uma mudança tarifária em alguns produtos, ele não é suficiente para causar déficit na balança, então não é esperado que uma medida com essa envergadura vá inverter o sinal do saldo comercial. O Brasil é competitivo nos produtos que exportamos", disse.

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