SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil fechou 104.582 vagas formais de trabalho em fevereiro, pior resultado para esse mês desde o início da série histórica em 1992, mantendo a tendência de perda contínua de empregos neste ano diante da acentuada deterioração da economia.
O resultado foi muito pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters junto a analistas, que apontava perda líquida de 41 mil empregos no mês, segundo a mediana das expectativas.
Os números divulgados nesta terça-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho apontaram que o país já acumula nos dois primeiros meses 204.912 postos fechados, com ajustes, acumulando nos últimos doze meses perda líquida de 1,707 milhão de empregos.
Em fevereiro, sete dos oito setores registraram fechamento de vagas, com destaque para a perda de 55.520 vagas no comércio que, sozinho, respondeu por pouco mais da metade dos postos perdidos no país todo. Já a indústria fechou 26.187 vagas de trabalho no mês passado.
Foi registrada criação líquida de postos de trabalho apenas no setor de administração pública, com 8.583, ainda segundo o Caged.
A contração da economia em 2015 provocou o fechamento de pouco mais de 1,5 milhão de vagais formais de emprego no ano, também o pior da história, e para 2016 as expectativas são de que o mercado de trabalho siga encolhendo.
De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego atingiu 7,6 por cento em janeiro, nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Em meio a uma crise política que afeta a confiança de modo generalizado, a pesquisa Focus do Banco Central --que ouve semanalmente uma centena de economistas-- mostra que a expectativa é de a economia contrair de 3,60 por cento este ano.
(Por Camila Moreira)