(Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reiterou nesta terça-feira que o Brasil precisa prosseguir com os ajustes na economia, especialmente com a reforma da Previdência, para garantir um caminho de sustentabilidade fiscal e maior crescimento.
Falando em evento em Genebra, na Suíça, Ilan também avaliou que as políticas monetárias em países emergentes enfrentam desafios maiores, num cenário marcado por aversão a risco nos mercados financeiros, embalada por temores de desaceleração global. Somam-se ao quadro incertezas ligadas a disputas comerciais e à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, avaliou o presidente do BC.
Conforme apresentação divulgada no site do BC, Ilan disse que instituições ainda "sob construção" nos países emergentes tendem a ampliar os choques, aumentando a volatilidade no mercado de câmbio, na inflação e no crescimento da produção.
Nos países emergentes, a política fiscal está frequentemente sob stress e os bancos centrais precisam constantemente aprimorar sua credibilidade, disse Ilan.
"Os governos das economias emergentes devem se concentrar em continuar a promover reformas estruturais destinadas a melhorar fundamentos e aumentar a resiliência de suas economias", afirmou o presidente do BC. "Amortecedores devem ajudar a suavizar o caminho de ajustes", completou.
Falando especificamente sobre o Brasil, ele voltou a indicar a existência de amortecedores para choques, em referência ao "robusto" balanço de pagamentos do país, regime de câmbio flutuante, nível "adequado" de reservas e baixos níveis de inflação, com expectativas bem ancoradas para o avanço de preços na economia.
(Por Marcela Ayres; Edição de Raquel Stenzel)