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Brasil registra maior déficit fiscal em um mês de setembro desde 2002

Publicado 31.10.2013, 14:29

Rio de Janeiro, 31 out (EFE).- O Brasil registrou no mês passado um déficit primário em suas contas públicas de R$ 9,048 bilhões, o maior saldo negativo para um mês de setembro desde 2002, informou nesta quinta-feira o Banco Central (BC).

O déficit fiscal de setembro contrastou com o resultado do mesmo mês do ano passado, quando a receita do setor público superou as despesas em R$ 1,591 bilhão.

Foi a primeira vez este ano que as contas públicas brasileiras, que incluem também as dos Governos regionais e municipais assim como as das empresas estatais, acumularam dois déficits consecutivos, já que em agosto as despesas já tinham superado a receita em R$ 432 milhões de reais.

A deterioração das contas públicas este ano é atribuída à queda da arrecadação de impostos diante de uma menor atividade econômica no país pela crise internacional.

A poupança pública caiu nos últimos meses igualmente pelas medidas adotadas pelo Governo para enfrentar a crise, que incluem isenções generosas de impostos para os setores mais afetados.

Apesar dos resultados de agosto e setembro, o Brasil acumulou nos primeiros nove meses do ano um superávit em suas contas públicas de R$ 44,965 bilhões, muito inferior à poupança alcançada no mesmo período de 2012 (R$ 75,816 bilhões).

O resultado fiscal primário se refere à diferença da receita e das despesas do Estado sem levar em conta os recursos destinados ao pagamento de juros de dívida.

O Governo, que anualmente tem metas de poupança, utiliza o superávit primário como referência da saúde de suas contas públicas e de sua capacidade para pagar as parcelas de sua dívida.

O superávit acumulado nos últimos 12 meses até setembro ficou em R$ 74,1 bilhões, equivalente a 1,58% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O resultado mostra que o Governo terá dificuldades para cumprir a meta que se propôs fechar em 2013 com uma economia fiscal equivalente a 2,3% do PIB.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, considera que a meta é viável se for levado em conta que o Governo ainda receberá este ano R$ 15 bilhões do consórcio que venceu este mês os direitos para explorar o pré-sal do país.

Segundo os números divulgados pelo BC, o superávit fiscal acumulado entre janeiro e setembro não foi suficiente para financiar as despesas com juros de dívida do período, que somaram R$ 177,206 bilhões.

Isso significa que o Brasil acumulou nos nove primeiros meses do ano um déficit em suas contas públicas já incluído o destinado aos juros de R$ 132,241 bilhões, muito superior ao do mesmo período do ano passado (R$ 85,609 bilhões). EFE

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