SÃO PAULO (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de 8,224 bilhões de reais em maio, abaixo do esperado pelo mercado e ajudado pelo desempenho positivo dos Estados, municípios e estatais, cenário que pode ser afetado à frente diante da atividade econômica mais fraca.
Em pesquisa Reuters, a expectativa dos analistas consultados era de déficit primário de 11,6 bilhões de reais para maio.
O resultado do governo central (governo federal, Banco Central e Previdência) ficou negativo em 11,120 bilhões de reais em maio, bem menor que o rombo de 32,106 bilhões de reais visto um ano antes, divulgou o BC nesta sexta-feira.
Já os governos regionais (Estados e municípios) tiveram superávit primário de 2,229 bilhões de reais em maio, contra superávit de 894 milhões de reais um ano antes. A empresas estatais tiveram salto positivo de 688 milhões de reais em maio, contra dado positivo em 475 milhões de reais no mesmo mês do ano passado.
Em 12 meses, o déficit primário consolidado foi a 95,885 bilhões de reais, equivalente a 1,44 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2018, a meta é de rombo de 161,3 bilhões de reais, que deverá marcar o quinto ano que o país não consegue economizar para pagar juros da dívida pública.
O governo vem reiterando a viabilidade da meta fiscal deste ano, mas a tarefa ficou mais difícil após a greve dos caminhoneiros em maio, que causou forte desabastecimento no país e afetou a atividade econômica. Além disso, o governo teve custo fiscal de mais de 15 bilhões de reais para arcar com o pleito da categoria e garantir preço menor do diesel.
Por isso, os economistas pioraram muito as expectativas para o déficit primário do governo central neste ano, segundo o relatório Prisma Fiscal divulgado pelo Ministério da Fazenda. Pela mediana, a projeção subiu a 151,192 bilhões de reais, contra 138,543 bilhões de reais anteriormente. Neste caso, a meta do ano é de 159 bilhões de reais.
Pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostra que a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano estava em torno de 1,50 por cento, depois de ter chegado a 3 por cento alguns meses antes.
No mês passado, ainda segundo o BC, a dívida pública bruta ficou em 77,0 por cento do PIB, ao passo que a dívida líquida atingiu 51,3 por cento do PIB. Em pesquisa Reuters, a expectativa de 76,3 e 51,4 por cento do PIB, respectivamente.
(Por Patrícia Duarte)