BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou déficit em transações correntes de 3,339 bilhões de dólares em outubro, melhor dado para o mês desde 2009 (-3,022 bilhões de dólares), resultado obtido principalmente pela menor remessa de lucros e dividendos ao exterior.
Em outubro, divulgou o Banco Central nesta terça-feira, esta cifra foi de 1,559 bilhão de dólares, ante 2,259 bilhões de dólares um ano antes.
O saldo em transações correntes também foi ajudado pela balança comercial, embora em menor magnitude. As trocas comerciais do país encerraram o mês passado no azul em 2,108 bilhões de dólares, superando o superávit de 1,731 bilhão de dólares de outubro de 2015.
Agindo na direção contrária, os gastos líquidos de brasileiros com viagens ao exterior subiram 80 por cento em outubro na comparação anual, a 988 milhões de dólares.
O resultado total das transações correntes veio um pouco pior que o déficit de 3,1 bilhões de dólares estimado por analistas em pesquisa Reuters. Já os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram 8,400 bilhões de dólares em outubro, bem acima da projeção de 6,5 bilhões de dólares.
De janeiro a outubro, ainda segundo o BC, o rombo em transações correntes foi de 16,957 bilhões de dólares, inferior ao déficit de 53,491 bilhões de dólares de igual período do ano passado. Em 12 meses, o saldo negativo passou a 1,25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), diminuindo substancialmente sobre 3,95 por cento do PIB um ano antes.
Para o ano, o BC estima que o déficit nas contas externas será de 18 bilhões de dólares. Se confirmado, será o melhor resultado para o país desde 2007, quando houve superávit de 408 milhões de dólares.
(Por Marcela Ayres)