SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou superávit em transações correntes de 729 milhões de dólares em maio, no azul pelo terceiro mês consecutivo, mais uma vez ajudado pelo bom desempenho da balança comercial, informou o Banco Central nesta segunda-feira.
O dado veio abaixo da expectativa de superávit de 870 milhões de dólares apontada em pesquisa Reuters com analistas, e também mais fraco que o superávit de 2,751 bilhões de dólares no mesmo mês do ano passado.
Nos cinco primeiros meses do ano, o déficit nas transações correntes somou 4,022 bilhões de dólares, sobre saldo negativo de 744 milhões de dólares em igual etapa de 2017, informou o Banco Central nesta segunda-feira.
Para o ano, o BC prevê que o déficit nas transações correntes será de 23,3 bilhões de dólares, bem maior que o rombo de 9,762 bilhões de dólares no ano passado, principalmente por superávit mais fraco esperado para a balança comercial.
Isso porque com maior fôlego na economia, a projeção é que as importações cresçam no país em ritmo mais forte que as exportações.
Em maio, a balança comercial fechou positiva em 5,558 bilhões de dólares, sobre saldo positivo de 7,410 bilhões de dólares sobre o mesmo mês do ano passado. Ao mesmo tempo, o gasto líquido de brasileiros com viagens no exterior chegou a 1,187 bilhão de dólares no mês passado.
Mesmo com a piora em relação a 2017, o déficit em transações correntes segue baixo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a 0,65 por cento nos 12 meses até maio.
O governo tem argumentado que a posição é confortável e deixa o país mais preparado para lidar com a volatilidade externa e a alta do dólar frente ao real, movimento que tem sido impulsionado nas últimas semanas pela expectativa de guerra comercial entre Estados Unidos e China e a cena política local, a poucos meses das eleições de outubro.
O BC informou ainda que os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram 3 bilhões de dólares em maio, em linha com a projeção de analistas.
(Por Patrícia Duarte)