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Campos Neto diz esperar queda das incertezas no BC com o tempo

Publicado 02.07.2024, 14:15
Atualizado 02.07.2024, 14:40
© Reuters Campos Neto diz esperar queda das incertezas no BC com o tempo

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta 3ª feira (2.jul.2024) esperar uma diminuição das incertezas com o futuro da autoridade monetária com o tempo. Afirmou que os “ruídos” criados no país impactaram mais a decisão de política monetária que os “fundamentos”.

Ele participou de palestra no “Forum on Central Banking”, promovido pelo BCE (Banco Central Europeu), em Sintra, em Portugal. Estava ao lado do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, e do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde.

O Banco Central utiliza projeções de analistas do mercado financeiro para decidir o patamar da taxa básica, a Selic. Quando há volatilidade acima do esperado no longo prazo, a autoridade monetária pode optar por uma postura mais conservadora e um patamar mais restritivo para os juros e controlar as expectativas.

Campos Neto disse que o Brasil foi um dos primeiros países a aumentar o patamar da taxa básica durante a pandemia de covid. Começou a cortar o juro base em agosto de 2023. Afirmou que, recentemente, a autoridade monetária decidiu “pausar” esse movimento.

O presidente do BC demonstrou preocupação não somente com a inflação de serviços, mas também com os preços dos alimentos. Afirmou que a alta poderá ser registrada também em outros países. Ele indicou, porém, que “ruídos” foram mais determinantes na interrupção dos cortes dos juros.

“Eu acho que isso tem muito mais a ver com os ruídos que nós criamos que os fundamentos. Os ruídos são relacionados a 2 canais: as expectativas com a política fiscal e outro a expectativa sobre o futuro da política monetária”, disse. “Quando nós testamos esses dois [canais] ao mesmo tempo criou-se incerteza o suficiente para que nós precisássemos interromper [os cortes] e ver como corrigimos esses canais e como nos comunicamos melhor para eliminar esses ruídos”, completou.

Diminuição de incertezas

Campos Neto disse que a última decisão de política monetária para manter a taxa Selic em 10,5% ao ano foi unânime e havia 4 indicados do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A história e o tempo vão dizer que o trabalho que foi feito foi o melhor que podíamos ter feito com o que tínhamos em mão e que foi da maneira mais técnica possível”, disse Campos Neto. O presidente do Fed, Jerome Powell, foi questionado se há “dicas” sobre as críticas do presidente Lula. Powell era frequentemente alvo de reclamações de Donald Trump, ex-presidente dos EUA.

O presidente do Fed declarou que é preciso ficar longe da política e “fazer o seu trabalho”. Afirmou que é preciso focar nos objetivos e atingi-los.

Campos Neto disse que não tinha intenção de ser indicado novamente para ser presidente do Banco Central, independentemente de quem fosse vitorioso nas eleições de 2026. Ele poderia ser reconduzido ao cargo por mais 4 anos.

O presidente do BC afirmou que há um “prêmio de risco” mais elevado na curva longa de juros de longo prazo. Disse que há preocupação no mercado sobre o trabalho do BC com o próximo presidente da autoridade monetária que assumir em janeiro de 2025. Ele disse esperar uma redução das incertezas ao longo do tempo.

“Agora nós temos 4 diretores indicados pelo governo atual. A última decisão [de política monetária] foi unânime. Eu acho que o que nós fizemos na última decisão prova que o grupo está muito coeso em tentar achar a solução técnica para o país. Eu entendo que tem um prêmio de risco, mas eu acho que o grupo que nós temos […] votou de forma unânime entendendo que isso foi o melhor para o Brasil naquele momento”, disse.

Relação com Lula

Campos Neto foi questionado sobre os “ataques” do presidente Lula, que o classificou como adversário político. Respondeu que é preciso fugir do argumento de que a autoridade monetária atua de forma política e mostrar que as decisões de política monetária são técnicas.

“Tudo o que foi feito foi muito técnico. Durante as eleições, que Lula foi eleito e se tornou presidente, […] nós subimos os juros em um ciclo que foi de 2% a 13,75%. Esse é o maior aumento de juros em um ano eleitoral na história de um mercado emergente. Se isso não prova que nós somos independente e que nós agimos de forma autônoma, é difícil de achar um outro exemplo como esse”, declarou.

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