Por David Milliken e William Schomberg
LONDRES (Reuters) - As autoridades do banco central britânico afirmaram que a primeira alta de juros em mais de uma década deverá ser necessária "nos próximos meses" se a economia continuar crescendo e as pressões inflacionárias continuarem aumentando.
As autoridades votaram por 7 a 2 para manter os juros na mínima recorde de 0,25 por cento como esperado, mas disseram que sua tolerância para a inflação acima da meta está diminuindo e que todos acreditam que os juros podem subir mais rápido do que os mercados financeiros esperam.
A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia em março de 2019 criou dúvidas a longo prazo sobre a saúde da economia, mas também fortes pressões inflacionárias no curto prazo.
"A maioria dos membros julgou que, se a economia continuar a seguir uma trajetória consistente com a perspectiva de uma erosão contínua da ociosidade e alta gradual da pressão inflacionária, então...alguma retirada do estímulo monetário deve ser apropriada nos próximos meses", disse o banco central.
O Banco da Inglaterra afirmou que a economia está um pouco melhor do que ele esperava no mês passado, mas que a inflação deve superar 3 por cento em outubro --ligeiramente acima das previsões anteriores --após alcançar 2,9 por cento no mês passado.
Mas disse que "não está clara a sustentabilidade de qualquer aumento no crescimento do PIB no médio prazo", citando incógnitas sobre como as famílias e as empresas vão reagir ao processo do Brexit.
O Banco da Inglaterra já sinalizou anteriormente aumentos de juros à frente, mas acabou sendo surpreendido por mudanças na economia.