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China tem em 2016 pior queda de exportações desde 2009 em meio a temor de guerra comercial com EUA

Publicado 13.01.2017, 08:52
China tem em 2016 pior queda de exportações desde 2009 em meio a temor de guerra comercial com EUA

Por Elias Glenn e Sue-Lin Wong

PEQUIM (Reuters) - As exportações da China recuaram pelo segundo ano consecutivo em 2016, com as vendas caindo diante da persistência da fraqueza da demanda global e com as autoridades expressando receios de uma guerra comercial com os Estados Unidos que ofusca as perspectivas para 2017.

Em uma semana, os líderes da China vão ver se o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém a promessa de campanha de rotular Pequim como manipulador de moeda em seu primeiro dia no cargo e se dá sequência à ameaça de impor altas tarifas sobre produtos chineses.

Mesmo se o governo Trump não tomar nenhuma ação concreta imediatamente, analistas dizem que a perspectiva de deterioração do comércio e dos laços políticos entre os EUA e a China provavelmente afetarão a confiança dos exportadores e investidores em todo o mundo.

As exportações da China no ano de 2016 recuaram 7,7 por cento sobre o ano anterior, enquanto as importações caíram 5,5 por cento. A queda das exportações foi o segundo declínio anual consecutivo e o pior desde o ápice da crise global em 2009.

Será difícil para o comércio exterior melhorar neste ano, especialmente se a posse de Trump e outras importantes mudanças políticas limitarem o crescimento das exportações da China devido a maiores medidas protecionistas, disse a agência aduaneira do país nesta sexta-feira.

"A tendência de antiglobalização está se tornando cada vez mais evidente e a China é a maior vítima desta tendência", disse o porta-voz da agência, Huang Songping, a repórteres.

O superávit comercial da China entre janeiro e dezembro foi de 509,96 bilhões de dólares.

Em dezembro, as exportações da China caíram 6,1 por cento na comparação com o ano anterior, acima do esperado, enquanto as importações superaram ligeiramente a expectativa ao cresceram 3,1 por cento diante da forte demanda por commodities.

Isso deixou o país com um superávit comercial de 40,82 bilhões de dólares no mês, informou a Administração Geral de Alfândega.

Analistas consultados pela Reuters esperavam queda de 3,5 por cento das exportações sobre o ano anterior após de alta inesperada de 0,1 por cento em novembro.

A expectativa para as importações era de crescimento de 2,7 por cento, após alta de 6,7 por cento em novembro.

A projeção era de que o superávit comercial subisse para 46,5 bilhões de dólares em dezembro, contra 44,61 bilhões em novembro.

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