Macarena Vidal.
Washington, 3 ago (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, retoma nesta quarta-feira a campanha eleitoral e participa de atos de arrecadação de fundos em Chicago após deixar para trás as polêmicas negociações para aprovar um aumento do teto da dívida do país.
Obama participa nesta quarta-feira de uma reunião com seu Gabinete - a primeira desde maio e possivelmente a última antes que os políticos entrem em férias - para avaliar as consequências que a nova lei do teto da dívida provocará nos diferentes departamentos.
Em seguida, e depois de se reunir reservadamente com o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, o presidente americano oficializará sua candidatura e partirá para Chicago, sua cidade, onde comparecerá em três atos de arrecadação de fundos e celebrará seu aniversário de 50 anos.
O ácido debate sobre o aumento da dívida obrigou o presidente a deixar em segundo plano este tipo de eventos, imprescindíveis para alimentar campanhas eleitorais cada vez mais longas e caras. Até agora, sua última viagem para fora de Washington para arrecadar fundos havia sido realizada há mais de um mês - 30 de junho, na Filadélfia -, o que é quase uma vida no universo da política.
De fato, o diretor de sua campanha, Jim Messina, reconheceu que no terceiro trimestre do ano espera arrecadar muito menos dinheiro do que no segundo trimestre, quando foram obtidos US$ 86 milhões, muito acima da meta fixada de US$ 60 milhões.
O impasse sobre a dívida obrigou o cancelamento ou adiamento de uma dezena de eventos de arrecadação de fundos ao longo do último mês, que teriam contado com a participação do presidente e pesos pesados da Casa Branca.
O porta-voz do Executivo, Jay Carney, havia afirmado que, uma vez livre das negociações sobre a dívida, Obama voltaria a se concentrar em sua agenda eleitoral.
De fato, o porta-voz confirmou nesta quarta-feira que o presidente realizará entre 15 e 17 deste mês uma viagem de ônibus pelos estados do centro do país, alguns dos quais se encontram entre os mais prejudicados pela crise econômica e podem ser decisivos para o resultado das eleições de novembro do ano que vem.
Obama tem pela frente a difícil tarefa de convencer estes eleitores. As pesquisas apontam um índice de aprovação de apenas 40%, o mais baixo de seu mandato, prejudicado pelo mal-estar gerado entre os cidadãos por conta do debate partidário em torno da dívida.
O presidente tem pressa, portanto, em virar a página e focar sua atenção na criação de empregos, o grande calcanhar de Aquiles da economia e o problema que mais preocupa os americanos.
A viagem de ônibus "estará muito focada na economia e no emprego", antecipou Carney. "Essa foi sua prioridade desde que se tornou presidente", declarou o porta-voz.
O próprio Obama, após o acordo sobre a dívida, anunciou em declarações concedidas na Casa Branca que agora voltará a se concentrar na criação de vagas.
Em um momento no qual o índice de desemprego chega a 9,2%, um nível historicamente alto para os EUA, os eleitores levarão muito em conta quais medidas o presidente adotará para colocar suas promessas em prática. EFE