BRASÍLIA (Reuters) - O Citi manteve sua expectativa de inflação para 2022 em 7,6%, apesar do anúncio pelo presidente Jair Bolsonaro na véspera de que consumidores teriam bandeira verde de energia a partir de 16 de abril.
Embora reconheça que a mudança gerará impacto líquido negativo adicional de 13 pontos-base no IPCA --uma vez que esperava alívio mais brando na bandeira tarifária--, o Citi já projetava deflação na energia pela expectativa de mudança na bandeira de vermelha para amarela.
Com a redução para bandeira verde, os preços da energia devem cair 19,2%, nas contas dos economistas da instituição --o que, considerando o peso do componente no IPCA, implicaria um IPCA cheio 1 ponto percentual menor, com cerca de metade dessa queda devendo ser percebida em abril e a outra metade, em maio.
"Como a premissa anterior era de que o governo abrandaria a bandeira apenas em maio, há uma antecipação de parte da deflação esperada", disse o banco em relatório.
E o Citi seguiu fazendo ponderação.
"Vale ressaltar que estamos entrando na época da seca e o que realmente conta para a inflação de fim de ano seria a bandeira de dezembro, que vai depender do quanto a seca será severa e do quanto o início da época de chuvas, a partir de outubro, será saudável", afirmou o banco.
"Continuamos confortáveis com a previsão de inflação anual de 7,6% para o fim de 2022", completou a instituição em nota.
As projeções do banco para o IPCA para abril são de 0,47% (ante o mês anterior) e 11,1% (12 meses). Para maio, os prognósticos estão em 0,12% e 10,3%, respectivamente.
(Por Victor Borges)