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Com Fed de olho na inflação, posturas mais tolerantes de autoridades desaparecem de vista

Publicado 31.03.2022, 15:11
© Reuters. Fachada do Fed, em Washington
31/07/2013
REUTERS/Jonathan Ernst

Por Ann Saphir e Howard Schneider

(Reuters) - Em meados de março, autoridades do banco central dos Estados Unidos subiram a taxa de juros pela primeira vez desde 2018 e publicaram projeções que sinalizam uma postura muito mais agressiva em relação à inflação alta demais.

Desde que emergiram do período de silêncio após a reunião, seus comentários públicos assumiram um tom ainda mais forte. As previsões de duas semanas atrás --que estimavam a alta dos juros para cerca de 1,9% até o final do ano-- parecem uma sombra "dovish" (leniente em relação à inflação) do que podem ser agora.

Operadores de futuros agora precificam que as autoridades seguirão o aumento da taxa de juros de 0,25 ponto percentual promovido em 16 de março com elevações maiores, de 0,5 ponto, em maio e junho. Até o final do ano, os formuladores de política monetária devem subir a taxa básica do Fed para uma faixa de 2,5% a 2,75%. Economistas também estão elevando suas previsões de forma semelhante.

O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, é um exemplo disso. Apenas seis meses atrás, ele acreditava que não haveria necessidade de elevar os juros este ano porque a inflação cairia por conta própria: a pandemia em retrocesso traria mais trabalhadores de volta ao mercado de trabalho, o que aliviaria pressões salariais, e cadeias de suprimentos seriam corrigidas, permitindo que produtores atendessem à demanda.

Desde então, ele abandonou essas esperanças, pelo menos no curto prazo, e, embora ainda tenha alertado na semana passada contra "exagerar" nas altas dos juros, agora quer aumentar a taxa básica em mais 1,5 ponto percentual até o final do ano, alinhado com a projeção mediana de duas semanas atrás do Fed.

Os chefes dos Feds de Chicago, Charles Evans, e San Francisco, Mary Daly --que com Kashkari, a diretora do banco central Lael Brainard e o presidente do Fed de Nova York, John Williams, formam a ala de autoridades mais tolerantes com uma postura de política monetária flexível-- também apresentaram visões menos "dovish" nos últimos dias, embora nenhum dos dois pareça ter se deslocado tanto quanto Kashkari.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, também desenhou mais ajustes de juros do que anteriormente, mas sua preocupação com a incerteza decorrente da guerra na Ucrânia deixou sua previsão de juros abaixo da mediana de seus colegas.

O chefe do banco central, Jerome Powell, que deu início à especulação sobre altas mais rápidas dos juros com seu pedido, na semana passada, para que os juros subam "rapidamente", disse estar esperançoso de que o mercado de trabalho seja forte o suficiente para resistir ao aperto da política monetária, que também incluirá a redução do balanço do Fed.

As vagas de emprego em aberto ficaram perto de picos recordes em fevereiro, mostraram dados desta semana, e economistas esperam que o Departamento do Trabalho dos EUA informe na sexta-feira a criação de quase meio milhão de novos empregos neste mês.

A inflação pela medida preferencial do Fed, o índice de preços PCE, subiu para 6,4% em fevereiro, mostraram dados nesta quinta-feira, máxima em quatro décadas e mais de três vezes a meta de 2% do Fed.

Se os juros crescentes puderem reduzir parte desse excesso de demanda por mão de obra sem afetar fortemente o crescimento, e se a redução de restrições da cadeia de suprimentos ajudar a diminuir a inflação, o Fed poderá alcançar um deslizamento suave para o nível de expansão mais lento, porém mais sustentável, que Powell busca.

© Reuters. Fachada do Fed, em Washington
31/07/2013
REUTERS/Jonathan Ernst

Uma parte importante da curva de rendimentos dos Treasuries se inverteu brevemente na terça-feira, no que alguns em Wall Street veem como um presságio de recessão.

E, mesmo ao minimizar o poder de previsão desse movimento do mercado, a presidente do Fed de Kansas City, Esther George --uma das colegas de Powell mais agressivas em relação à inflação-- alertou que aumentos de juros mais acentuados e menos politicamente palatáveis ​​ainda podem ser necessários para controlar a inflação.

"Um pouso suave é possível, mas não garantido", disse George na quarta-feira. "Caso a inflação alta persista enquanto a demanda cai e o mercado de trabalho vacila, a determinação dos formuladores de política monetária pode ser testada."

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