SÃO PAULO (Reuters) - A confiança da construção brasileira subiu em julho com melhora das perspectivas de curto prazo dos empresários, depois de cair bruscamente no mês anterior por influência da greve dos caminhoneiros, informou nesta quinta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a FGV, o Índice de Confiança da Construção (ICST) atingiu 81,0 pontos em julho na comparação com junho, alta de 1,7 ponto, recuperando parte da perda de 3,1 pontos no mês anterior.
"A queda da confiança observada no mês passado foi exagerada, um efeito do ambiente conturbado pela greve dos caminhoneiros. Mas o indicador não retornou ao patamar anterior, o que decorre de outro fator apontado pelos empresários em junho: o ritmo lento de retomada da economia", disse a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, em nota.
A principal influência para o aumento do índice partiu da melhora da interpretação do cenário de curto prazo dos empresários do setor, com o Índice de Expectativas (IE-CST) subindo 2,7 pontos, a 91,0 pontos, ante 88,3 pontos em junho.
O Índice da Situação Atual (ISA-CST) também apresentou melhora, avançando 0,6 pontos, a 71,4 pontos em julho, ante 70,8 no mês anterior.
"A frustração com o crescimento está levando a um ajuste de expectativas. A própria atividade do setor segue avançando muito devagar, corroborando o sentimento mais pessimista dos empresários", completou a coordenadora.
Após a greve dos caminhoneiros em maio, que causou forte desabastecimento no país, a confiança dos agentes econômicos foi perdendo mais fôlego, afetando as projeções de crescimento do país para este ano.
A FGV informou ainda que e Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor permaneceu estável com variação negativa de 0,1 ponto percentual em julho, alcançando 65,5 por cento em julho.
Em nota separada, a FGV informou ainda que o Índice Nacional de Custo da Construção–M (INCC-M) registrou alta de 0,72 por cento em julho, sobre 0,76 por cento no mês anterior.
Nesta semana, a FGV informou também que a confiança do consumidor brasileiro subiu em julho diante de maior otimismo quanto à percepção das condições atuais e das expectativas em relação aos meses seguintes, interrompendo três meses seguidos de queda.
Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostra que a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano estava em 1,50 por cento, depois de ter chegado a 3 por cento alguns meses antes.
(Por Stéfani Inouye)