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Confiança de empresariado na economia permanece em nível mínimo histórico

Publicado 16.09.2014, 14:09
Confiança de empresariado na economia permanece em nível mínimo histórico

Rio de Janeiro, 16 set (EFE).- O índice de confiança dos empresários na economia brasileira se manteve nos mesmos 46,5 pontos de agosto, um dos níveis mais baixos desde que começou a ser medido em 1999, informou nesta terça-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Este é o sexto mês consecutivo que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) fica abaixo da marca dos 50 pontos, em uma escala entre 0 e 100, o que reflete a desconfiança dos industriais na economia.

O Icei chegou a cair até 46,4 pontos em julho deste ano, seu menor nível histórico, e desde então permanece praticamente estável, segundo a pesquisa que a CNI fez este mês com 2.844 empresas filiadas.

A percepção dos empresários sobre a economia em setembro ficou 7,7 pontos percentuais abaixo da registrada no mesmo mês de 2013 (54,2 pontos) e 10,7 pontos percentuais menor do que o nível médio dos últimos 15 anos (57,2 pontos).

De acordo com a CNI, a falta de confiança é generalizada na indústria, independentemente de seu tamanho. Entre as pequenas empresas o índice foi de 46,7 pontos, entre as médias de 45,4 pontos e de 47 pontos nas grandes companhias.

Segundo o economista Marcelo Azevedo, coordenador do estudo, a queda da confiança é resultado da piora da percepção dos empresários sobre as condições da economia do Brasil e de suas próprias empresas.

Diferentes indicadores mostram que a produção da indústria brasileira se encolherá neste ano. Os economistas atribuem à retração a queda do consumo interno como consequência da inflação, a redução dos investimentos, o encarecimento dos empréstimos pelo aumento dos juros e uma forte redução da demanda de países como a Argentina por produtos industriais brasileiros.

"O pior é que sem confiança não há investimentos e, sem eles, não há crescimento da economia", afirmou Azevedo.

A queda dos investimentos foi assinalada como uma das causas da contratação econômica de 0,6% sofrida pela economia brasileira no segundo trimestre em relação ao primeiro.

Após acumular dois trimestres consecutivos de crescimento negativo, a economia brasileira se encontra tecnicamente em recessão.

Os analistas do mercado financeiro projetam para este ano um crescimento de 0,33%, muito aquém dos 1,8% previstos pelo governo, embora o Ministério da Fazenda admita revisar para baixo seus cálculos.

A projeção dos economistas coincide com a divulgada ontem pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que rebaixou sua previsão para 0,3%.

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