SÃO PAULO (Reuters) - A confiança de serviços no Brasil terminou o ano com a terceira consecutiva, atingindo seu maior nível em quase 5 anos, diante da melhora significativa das expectativas dos empresários do setor para os próximos meses, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) teve em dezembro alta de 1,3 ponto e foi a 94,7 pontos na comparação com o mês anterior, registrando seu maior patamar desde abril de 2014.
"A alta da confiança do setor de Serviços neste último trimestre de 2018 é disseminada pela maioria das atividades pesquisadas e está ancorada nas expectativas mais favoráveis quanto aos próximos meses. A percepção das empresas em relação às condições correntes dos negócios também melhorou nesse período, mas de modo bem mais discreto, corroborando a leitura de uma recuperação gradual das atividades do setor", disse em nota o consultor da FGV Silvio Sales.
A FGV informou que em dezembro, 10 das 13 principais atividades pesquisadas apresentaram alta em suas taxas de variação.
O Índice da Situação Atual (ISA-S) subiu 0,5 ponto, para 88,2 pontos, com apoio do item que mede o grau de satisfação com o volume da demanda atual.
O Índice de Expectativas (IE-S), por sua vez, avançou 2,0 pontos, para 101,4 pontos, voltando a operar acima dos 100 pontos pela primeira vez em mais de cinco anos e sinalizando retorno do otimismo. O movimento foi apoiado pelo indicador que mede o otimismo com a demanda nos três meses seguintes.
"A visão mais otimista das empresas se reflete no maior ímpeto de contratação para os próximos meses, o que poderá contribuir para uma aceleração da melhora do mercado de trabalho, dada a importância dos serviços como geradores de emprego. Os meses iniciais do próximo ano, à medida que forem anunciadas as ações do novo governo, serão determinantes para garantir a sustentabilidade dessa tendência recente da confiança", completou Sales.
O resultado da confiança de serviços acompanha a alta nos indicadores de confiança da indústria, comércio e construção divulgados nesta semana.
(Por Stéfani Inouye)