Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A confiança do consumidor nos Estados Unidos teve forte recuperação no início de outubro, sugerindo que a retomada econômica continua nos trilhos, apesar do dólar forte e da fraca demanda global que têm pesado sobre o setor industrial, particularmente o manufatureiro.
O aumento da confiança divulgado nesta sexta-feira destaca a demanda doméstica robusta e aumenta a esperança de que os gastos do consumidor continuam sólidos o suficiente para sustentar o crescimento econômico, que tem desacelerado significativamente nos últimos meses.
A Universidade de Michigan disse que seu índice de confiança do consumidor subiu para 92,1 no começo de outubro, ante leitura de 87,2 em setembro. O subíndice de condições atuais subiu a 106,7 este mês ante 101,2 em setembro.
O índice nos níveis atuais tem historicamente sido consistente com uma taxa anualizada de crescimento dos gastos do consumidor de aproximadamente 4 por cento, de acordo com economistas.
"Isso sugere que a confiança da família norte-americana se tornou uma parte importante, e isso é um sinal esperançoso para a perspectiva de gastos dos consumidores à frente, ante os sinais de fraqueza em outros setores da economia", disse o vice-economista chefe do TD Securities, Millan Mulraine.
Os gastos do consumidor respondem por cerca de dois terços da atividade econômica dos EUA e têm sido o ponto forte da economia à medida que o setor industrial oscila ante a desaceleração do crescimento global e o fortalecimento do dólar, que corroeram a demanda por bens manufaturados norte-americanos.
FRACA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Em um relatório separado, o Federal Reserve, banco central dos EUA, disse que a produção industrial caiu 0,2 por cento em setembro com a fraqueza renovada nas perfurações de gás e petróleo, e após recuar 0,1 por cento em agosto. A produção industrial cresceu a um ritmo anual de 1,8 por cento no terceiro trimestre.
A manufatura representa cerca de 12 por cento da economia dos EUA. Ainda assim, o relatório fraco da produção industrial somado aos dados fracos do comércio, vendas no varejo e do emprego apontam para uma significativa desaceleração no crescimento após a economia crescer ao ritmo anual de 3,9 por cento no segundo trimestre.
A estimativa de crescimento do terceiro trimestre está, atualmente, por volta de 1,5 por cento. Crescimento mais lento e a baixa inflação têm diminuído as expectativas de que o Fed eleve a taxa de juros este ano.
A produção manufatureira caiu 0,1 por cento em setembro mesmo com a forte demanda por automóveis aumentando a produção de motores e peças automobilísticas em 0,2 por cento. A produção manufatureira recuou 0,4 por cento agosto. No terceiro trimestre, a produção da manufatura norte-americana cresceu a uma taxa de 2,5 por cento.