Por Lincoln Feast e Ian Chua
SYDNEY (Reuters) - A Austrália está liderando um esforço para limitar os danos da crise financeira global, instando o G20 a finalizar rapidamente regulações que buscam impedir uma repetição dos danos e a focar em medidas para reanimar o crescimento global.
Mas os esforços dos ministros das Finanças e autoridades de bancos centrais do Grupo dos 20, que se reúnem neste final de semana na cidade turística de Cairns, podem ser sufocados pela crescente preocupação com tensões geopolíticas e uma maior volatilidade no mercado.
"Eles o farão contra um cenário de expectativas de crescimento reduzidas da OCDE e um clima político global em deterioração", disse Lena Komileva, economista-chefe da G+ Economics.
De fato, as manchetes provenientes do G20 vão disputar espaço com qualquer consequência do referendo escocês pela independência nesta quinta-feira e a contínua especulação sobre taxas de juros dos Estados Unidos, que levou o iene a máximas de seis anos contra o iene.
O ministro do Tesouro australiano, Joe Hockey, afirmou nesta semana que ele e seus colegas do G20 estão focados em empregos e crescimento mais do que jamais estiveram.
"As mudanças na economia nos últimos meses tornaram o trabalho mais difícil, mas não diminuíram nossa determinação coletiva", disse ele.
Ele reconheceu os desafios em se ater à meta de melhorar a trajetória de crescimento global em 2 por cento até 2018, objetivo determinado neste ano em reunião similar em Sydney.
"Se vamos alcançar os 2 por cento ou não --o G20 está comprometido em promover mais crescimento e em criar mais empregos", disse Hockey, talvez sugerindo que há admitiu que a meta é ambiciosa demais.
Justin O'Brien, professor do Centro de Direito, Mercados e Regulações na Universidade de Nova Gales do Sul, disse que o G20 está perdendo foco de sua missão principal de assegurar que não haja uma repetição da crise financeira.
Embora não haja falta de consultas, iniciativas regulatórias ou retórica sobre o progresso sendo feito, a realidade é que ainda existe muita divergência entre membros.
"Todas as batalhas sobre regulações acontecem na etapa de implementação, e em termos de implementação, há basicamente uma guerra de trincheiras acontecendo", disse O'Brien.
Muito do trabalho sobre regulações financeiras está perto de ser concluído após anos de tortuosas negociações. Autoridades vem expressando confiança sobre concluir os acordos sobre questões como regras para sistema bancário sem regulação, derivativos e impostos globais até a cúpula de líderes do G20 em Brisbane, em novembro.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447723)) REUTERS RF CMO