Por Ann Saphir
(Reuters) - Há um ano, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou seus colegas na direção de bancos centrais norte-americanos sobre os riscos significativos representados pela incerteza da política comercial e pela falta de precedentes para a política monetária diante dessas questões.
À medida que Powell se prepara para falar nesta semana na conferência anual dos banqueiros centrais do Fed -- geralmente realizada em Jackson Hole, Wyoming, mas sendo conduzida virtualmente este ano por causa da pandemia --, a incerteza e a ameaça que o vírus representa para o crescimento econômico seguem maiores do que nunca.
Todas as dúvidas estão no ar agora, incluindo sobre a rapidez com que o coronavírus se espalhará, quantas pessoas mais morrerão de Covid-19, se os parlamentares dos EUA apresentarão um novo pacote de resgate econômico e, caso sim, de qual tamanho.
Somadas a isso, nuvens de tempestade política continuam se formando antes da eleição presidencial norte-americana de 3 de novembro, com o presidente Donald Trump já levantando dúvidas sobre o processo e seu resultado.
Contra esse pano de fundo, Powell deve abrir a conferência anual de política econômica do Fed de Kansas City na quinta-feira com uma atualização sobre os planos do banco central dos EUA para reajustar sua abordagem de política monetária a um mundo em que a inflação persistentemente baixa e as baixas taxas de juros amortecem os efeitos das medidas de estímulo do Fed para combater a recessão.
O aumento da incerteza sobre as perspectivas econômicas -- que os economistas dizem prejudicar os gastos das famílias, o investimento empresarial e a produção industrial -- pode elevar a pressão sobre o Fed para que reforce seu arsenal de política econômica.