SÃO PAULO (Reuters) - A contração do setor de serviços do Brasil perdeu força no final do ano com estagnação na entrada de novos trabalhos e dezembro foi marcado por cortes de vagas e os empresários mostram-se preocupados com o cenário político e econômico, segundo a pesquisa Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira.
O PMI de serviços do Brasil subiu a 47,4 em dezembro de 46,9 em novembro, terceiro mês seguido abaixo do nível de 50 que separa crescimento de contração.
Uma combinação de instabilidades política e econômica com vendas fracas levou à estagnação dos novos negócios em dezembro, após leve aumento no mês anterior.
O mês foi marcado por reduções nos volumes de produções de subsetores de Transporte e Armazenamento, Serviços ao Consumidor e Serviços Imobiliários e Empresariais.
Com perda de contratos existentes, os fornecedores de serviços cortaram empregos pelo 34º mês seguido buscando reduzir custos.
A inflação de insumos chegou ao nível mais baixo em quase três anos em dezembro, mas os preços de venda ficaram inalterados. Algumas empresas buscaram aumentar a demanda com descontos, enquanto outras tentaram proteger suas margens de lucro elevando preço.
O otimismo entre os fornecedores de serviços no Brasil melhorou em dezembro após o recorde de baixa de 20 meses no mês anterior, mas permaneceu fraco devido às preocupações de que o quadro político e econômico restrinja o crescimento.
A indústria do Brasil terminou 2017 com desaceleração do ritmo de crescimento e, com isso, o PMI Composto do país foi a 48,8 em dezembro, de 48,9 em novembro, no terceiro mês seguido de contração.
"A magnitude da contração na atividade no setor privado como um todo foi leve em comparação com a que foi vista mais cedo no ano, mas indica algumas suscetibilidades na recuperação econômica", avaliou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.