Brasília, 11 jun (EFE).- O Banco Central defendeu nesta quinta-feira o aumento dos juros, cuja taxa básica elevou na semana passada a 13,75% anual, como uma das medidas para o controle inflacionário e enfrentar também a desvalorização do real frente ao dólar.
O "combate à inflação", com "determinação e perseverança" foram alguns dos argumentos consignados na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada hoje.
Nessa reunião, realizada no último dia 3 de junho, se decidiu subir a taxa referencial de juros em meio ponto percentual e situá-la em 13,75% anual, seu maior nível em quase nove anos.
O BC reafirmou que o balanço de riscos para este ano é "desfavorável" e que os "esforços no combate à inflação ainda não se mostraram suficientes", admitindo que a inflação "tende a continuar subindo" no que resta de ano, provavelmente até 8%.
A previsão de uma contração na economia, que o mercado calcula que pode chegar a 1,3%, e a diminuição dos investimentos, além dos "sinais" de um "consumo moderado", levam a acentuar o combate à inflação, que este ano estará acima do teto máximo de 6,5% da meta oficial, apontou a ata.
No entanto, a autoridade monetária se mostrou confiante na recuperação do mercado de trabalho e em um "cenário de convergência da inflação para 4,5% - centro da meta - para o final de 2016".
O mercado esperava que com o atual 13,75 % da taxa básica de juros se encerrasse o ciclo de altas, mas de acordo com especialistas a tendência observada na ata é que esse índice de referência suba mais no segundo semestre.
"A sinalização da ata de hoje nos convence que o ciclo de aperto monetário deve continuar na próxima reunião do Copom", prevista para meados de julho, afirmou em comunicado a equipe econômica do banco Itaú.