PEQUIM (Reuters) - O setor industrial da China expandiu em outubro no ritmo mais fraco em mais de dois anos, afetado pela desaceleração tanto da demanda doméstica quanto externa, em um sinal de aprofundamento dos problemas da economia devido à intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos.
O nervosismo com o crescimento da China e seu provável peso sobre a economia global afetou os mercados financeiros recentemente, e o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial divulgado nesta quarta-feira indica mais estresse para os investidores nos próximos meses.
O PMI oficial, que dá aos investidores globais a primeira visão sobre as condições empresariais na China no início do último trimestre do ano, caiu a 50,2 em outubro, nível mais baixo desde julho de 2016 e ante 50,8 em setembro.
A leitura ficou pouco acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo 27º mês seguido, mas abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 50,6.
O resultado sugere mais perda de força na segunda maior economia do mundo, e a deterioração do ambiente para as empresas pode provocar mais suporte de Pequim além da série de iniciativas recentes.
"Todos os números do PMI da China hoje confirmam a queda generalizada na atividade econômica", disse Raymond Yeung, economista-chefe do ANZ em nota.
"Além do esperado corte na taxa de compulsório em janeiro, esperamos futuras ações de suporte. A prioridade do governo é evitar uma explosão financeira."
As novas encomendas de exportação, indicador de atividade futura, contraíram pelo quinto mês seguido e no ritmo mais forte em ao menos um ano. O subíndice caiu a 46,9 de 48,0 em setembro.
O setor de serviços também enfraqueceu em outubro, com o PMI oficial caindo a 53,9 de 54,9 em setembro.
(Reportagem de Stella Qiu e Ryan Woo)