Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O crescimento do setor de serviços do Brasil terminou 2018 na máxima de 10 meses com a aceleração dos novos trabalhos, em meio a um forte grau de otimismo diante da mudança de governo, apontou nesta sexta-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O IHS Markit informou que o PMI de serviços brasileiro avançou a 51,9 em dezembro de 51,3 em novembro, indicando taxa mais forte de expansão dos novos negócios.
"A última leitura do PMI oferece alguma garantia de que tem havido uma melhora contínua na economia de serviços ao entrar em 2019. As empresas reportaram que a mudança no governo deve sustentar o crescimento, aumentar os investimentos e continuar a melhorar a confiança do consumidor", apontou em nota a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.
Em meio ao fortalecimento da demanda, conquista de novos clientes e a oferta de serviços adicionais, o crescimento das vendas acelerou para a taxa mais forte desde março, apontou o IHS Markit.
O aumento foi disseminado entre todos os cinco subsetores monitorados, liderado por Informação e Comunicação.
Entretanto, dezembro indicou declínio nos novos trabalhos provenientes do exterior, após novembro ter registrado aumento pela primeira vez em 44 meses, embora o ritmo de contração tenha sido marginal.
Ainda assim, o emprego no setor de serviços brasileiro diminuiu pelo segundo mês seguido, com as empresas ainda citando esforços de redução de custos como o principal motivo.
Em relação aos preços, os custos de insumos subiram novamente no último mês do ano, mas a taxa de inflação caiu para o nível mais fraco em 2018. Assim, os preços de venda tiveram alta apenas marginal, no nível mais fraco em sete meses.
O ano terminou ainda com forte otimismo entre os fornecedores de serviços brasileiros. Além da mudança de governo, novos projetos, melhora da confiança do consumidor e intenções de investimentos devem impulsionar a atividade de negócios em 2019. Em dezembro, o nível de sentimento positivo foi o terceiro mais alto desde setembro de 2017.
A indústria do Brasil também registrou em dezembro recuperação da demanda doméstica, e assim o PMI Composto do país foi à máxima de 10 meses de 52,4, de 51,6 em novembro.
"É provável que a economia do Brasil dê um passo à frente significativo no curto prazo. Os brasileiros esperam que essa alta no crescimento se traduza em aumentos significativos e sustentados nos empregos no ano à frente", completou Pollyanna.