Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais rápido em dois anos e meio no segundo trimestre, com todos os setores contribuindo para o salto na produção em um sinal favorável para o restante do ano.
O Departamento do Comércio elevou nesta sexta-feira sua estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para mostrar que a economia cresceu a uma taxa anual de 4,6 por cento. O número ficou em linha com as expectativas de Wall Street.
O melhor desempenho desde o quarto trimestre de 2011 refletiu um ritmo mais rápido de gastos empresariais e um crescimento mais forte nas exportações do que estimado anteriormente.
Mas os gastos de consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, não foram revisados uma vez que gastos mais fortes com saúde foram compensados por fraquezas em gastos com lazer e bens duráveis.
Com a demanda doméstica aumentando no ritmo mais rápido desde 2010, a recuperação econômica parece mais duradoura depois da contração no primeiro trimestre devido a um inverno excepcionalmente frio.
Até o momento, dados econômicos como atividade industrial, comércio e moradias sugerem que muito do ímpeto do segundo trimestre passou para o terceiro trimestre. As estimativas de crescimento para o período de julho a setembro chegam a até 3,6 por cento.
A estimativa anterior para o PIB era de um avanço de 4,2 por cento no segundo trimestre. A economia registrou contração de 2,1 por cento no primeiro trimestre.
O ritmo forte do crescimento da demanda doméstica ajuda a explicar os ganhos de empregos robustos durante o trimestre, como também a forte queda na taxa de desemprego.
A demanda doméstica cresceu a um forte ritmo de 3,4 por cento, em vez da taxa de 3,1 por cento divulgada anteriormente.
O gasto de empresas com equipamentos foi elevado para uma taxa de 11,2 por cento, ante 10,7 por cento anteriormente. As empresas também investiram mais em estruturas não residenciais, como perfurações de gás, além de pesquisa e desenvolvimento.
As empresas acumularam 84,8 bilhões de dólares em estoques no segundo trimestre, pouco acima dos 83,9 bilhões de dólares divulgados anteriormente. Com isso, o acúmulo de estoques contribuiu com 1,42 ponto percentual ao crescimento do PIB em vez de 1,39 ponto percentual.
Ainda assim, existem poucos indícios de risco em estoques, um sinal positivo para o crescimento do PIB no terceiro trimestre.
O crescimento nos gastos de consumidores ficou inalterado a uma taxa de 2,5 por cento.
Embora o comércio tenha sido um fardo pelo segundo trimestre consecutivo, o crescimento das exportações foi elevado a um ritmo de 11,1 por cento, o mais rápido desde o quarto trimestre de 2010, ante uma taxa de 10,1 por cento.
Os gastos relacionados ao mercado de moradias foi revisado para cima, como também os gastos governamentais.
Os lucros corporativos tiveram uma recuperação um pouco mais forte do que o relatado anteriormente, ante uma queda no primeiro trimestre.
Em outro dado divulgado nesta sexta-feira, pesquisa da Thomson Reuters/Universidade de Michigan mostrou que índice de confiança do consumidor atingiu 84,6 em setembro, nível mais alto desde julho de 2013, por um crescente otimismo sobre a economia e uma perspectiva mais favorável sobre a renda futura.