WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou menos do que o estimado anteriormente no quarto trimestre de 2017, uma vez que o maior ganho nos gastos do consumidor em três anos compensou parcialmente o impacto do aumento nas importações.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de 2,9 por cento nos últimos três meses de 2017, em vez dos 2,5 por cento informados anteriormente, disse o Departamento de Comércio dos EUA em sua terceira estimativa para o período nesta quarta-feira. A leitura representou uma ligeira moderação em relação ao ritmo de 3,2 por cento do terceiro trimestre.
Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB no quarto trimestre fosse revisado para uma taxa de 2,7 por cento. A economia cresceu 2,3 por cento em 2017, uma aceleração em relação aos 1,5 por cento registrados em 2016.
Há sinais de que a atividade econômica desacelerou ainda mais no primeiro trimestre, com as vendas no varejo caindo em fevereiro pelo terceiro mês consecutivo. Os dados de moradias têm sido em geral fracos e o déficit comercial atingiu uma alta de mais de nove anos em janeiro.
Ainda assim, os analistas acreditam que a economia atingirá a meta de crescimento anual de 3 por cento do governo Donald Trump este ano, impulsionada por um pacote de corte de impostos de 1,5 trilhão de dólares e um aumento planejado nos gastos do governo.
Isso poderia manter a porta aberta para aumentos da taxa de juros um pouco mais agressivos pelo Federal Reserve neste ano. O banco central norte-americano aumentou os juros na semana passada e projetou pelo menos mais dois aumentos para 2018. O Fed elevou suas projeções de crescimento econômico para este ano e 2019.
O crescimento nos gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, foi revisado para uma taxa de 4,0 por cento no quarto trimestre, ante 3,8 por cento divulgado no mês passado. Esse foi o ritmo mais rápido desde o quarto trimestre de 2014 e seguiu-se a uma taxa de crescimento de 2,2 por cento no período de julho a setembro.
As importações cresceram a uma taxa revisada de 14,1 por cento, ante 14 por cento informada antes, o ritmo mais rápido desde o terceiro trimestre de 2010 e ofuscou o aumento nas exportações impulsionado pela fraqueza do dólar.
(Por Lucia Mutikani)