BERLIM/FRANKFURT (Reuters) - O vice-presidente do Banco Central Europeu elevou nesta quarta-feira as condições para novos cortes nas taxas de juros, dizendo que os efeitos colaterais da política flexibilização do BCE estão se tornando mais tangíveis.
Em entrevista à Market News, Luis de Guindos também descartou uma "reviravolta" sob o comando da nova presidente do BCE, Christine Lagarde, e avaliou uma discussão pública entre as autoridades europeias sobre a decisão do mês passado de retomar um programa de compra de ativos no valor de 2,6 trilhões de euros.
O BCE levou sua taxa de depósito para território ainda mais negativo em 12 de setembro - aumentando efetivamente a cobrança sobre dinheiro ocioso dos bancos - e os investidores já precificaram um novo corte de juros até março do ano que vem.
Mas De Guindos jogou um balde água fria sobre tais expectativas.
"Minha impressão é de que -0,50% é o nível correto no momento e, quanto a qualquer outro corte, teremos uma boa e profunda discussão no Conselho do BCE", disse ele.
"Embora possamos reduzir ainda mais as taxas de juros, os efeitos colaterais da política monetária estão se tornando cada vez mais evidentes e cada vez mais tangíveis", acrescentou.
De Guindos também alertou para riscos à economia da zona do euro, como um Brexit difícil e uma escalada nas tensões comerciais globais.
Mas ele sinalizou que não há pressa em mudar o pacote de estímulo apresentado pelo BCE no mês passado, que inclui a promessa de comprar 20 bilhões de euros em títulos por mês "pelo tempo necessário".
"O conceito de pacote é algo que você pode usar talvez uma vez (Por Michelle Martin e Francesco Canepa)