A demanda por bens industriais cresceu em abril pelo segundo mês seguido. É o que mostra o Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em abril houve avanço 1,2%, na comparação com março.
De acordo com o Ipea, houve uma repetição do desempenho obtido em março, após a queda de 2,3% em fevereiro, na série com ajuste sazonal.
Ainda assim, no trimestre encerrado em abril, o Indicador Ipea ficou negativo em 1,4%. Segundo o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e autor do estudo Leonardo Mello de Carvalho, a base de comparação era elevada, em relação ao trimestre terminado em janeiro. Isso porque nesse cálculo foi considerado o “ótimo resultado de dezembro de 2017”, com crescimento de 2%. “Desse modo, as altas nos meses de março e abril não foram suficientes para salvar a média do trimestre”, explicou.
Os dois componentes do consumo aparente apresentaram resultado positivo em abril: a produção doméstica líquida de exportações, com 1,3%, e as importações de bens industriais, com 2,6%. Na análise das grandes categorias econômicas, os destaques foram os segmentos bens de capital e bens intermediários, com altas de 2,9% e 0,5%, respectivamente. Os demais segmentos tiveram recuos no mês – bens de consumo (1,6%), bens duráveis (0,2%) e semi e não-duráveis (1,7%). Em relação a abril de 2017, todos os segmentos avançaram.
Ao se avaliar as classes da indústria, embora a extrativa-mineral tenha sofrido recuo de 5% em abril, a demanda por bens da indústria de transformação avançou 1,4%.
Segundo o Ipea, houve crescimento em 12 segmentos da indústria de transformação, de um total de 22. Os que mais contribuíram para o resultado foram “outros equipamentos de transporte”, com alta de 12,2%, e “alimentos”, com expansão de 11,1%. O principal destaque negativo em abril foi o segmento “metalurgia”, que registrou queda de 4,1%.