BRASÍLIA (Reuters) - O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) protocolou nesta quarta-feira no Ministério Público Federal uma notícia-crime contra a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, acusando a executiva de ter prestado falso testemunho à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que investiga suposto esquema de corrupção na estatal.
O parlamentar afirma que no dia 23 de maio, dias antes do depoimento da presidente da empresa à CPMI, a Petrobras recebeu informações de que o Ministério Público holandês havia confirmado a transferência de valores de uma conta de propriedade de representante da SBM Offshore no Brasil para um empregado ou ex-empregado da Petrobras.
Em nota distribuída por sua assessoria de imprensa, Lorenzoni afirma que "quando perguntada se ela (Graças Foster) tinha informação de que a SBM havia pago propina para funcionários ou agentes ligados, ou servidores da Petrobras, ela tergiversou".
Segundo o parlamentar, quando a executiva esteve na CPMI ela já detinha a informação sobre a propina.
Em nota na semana passada, a Petrobras afirmou que a empresa encaminhou informação do Ministério Público da Holanda para a Controladoria Geral da União (CGU) e ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, que, por sua vez "decretou formalmente que as investigações relacionadas à SBM estavam correndo sob sigilo".
Isso, ressaltou a Petrobras, impediu a empresa "de se manifestar sobre o assunto a fim de não atrapalhar as investigações".
A estatal disse ainda em comunicado que no dia 27 de maio a SBM encaminhou carta para a Petrobras confirmando as informações do Ministério Público holandês, e tal carta também foi encaminhada imediatamente para as autoridades públicas competentes.
Diante desse fato, a Petrobras entendeu por bem suspender a participação da SBM, empresa de leasing de plataformas de petróleo, em seus processos licitatórios até o fim das investigações oficiais.
A Petrobras disse também que, paralelamente, fez contato com as autoridades holandesas para obter informações que a ajudassem a encontrar provas sobre a informação transmitida na carta pela SBM. "A companhia, porém, não obteve êxito em sua pretensão."
A petroleira afirmou ainda que no momento em que a SBM fechou acordo com o Ministério Público da Holanda e este, em 12 de novembro, deu publicidade às informações referentes a existência de pagamentos indevidos no Brasil, "entendeu-se que a menção ao recebimento dessas comunicações não estaria mais sob sigilo".
(Por Leonardo Goy)