Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O número de pessoas sem emprego no Brasil ultrapassou a marca de 12 milhões no trimestre encerrado em agosto, quando a taxa de desemprego subiu a 11,8 por cento e a renda manteve-se em declínio.
Com isso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a taxa de desemprego apresentou piora pela terceira vez seguida e renovou a máxima do levantamento, iniciado em 2012.
No trimestre até julho, a taxa tinha sido de 11,6 por cento. Pesquisa da Reuters apontava expectativa de alta para 11,7 por cento em agosto, na mediana das projeções.
"O cenário continua bem difícil, visto que há recordes expressivos de desocupados e num período em que a economia já deveria apresentar melhora, como acontece num segundo semestre", destacou o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo. "Os desempregados vem acompanhados de queda nos ocupados com números expressivos."
Com a economia em recessão e ainda apresentando dificuldade de reversão, o número total de desempregados entre junho e agosto atingiu o recorde de 12,024 milhões, alta de 36,6 por cento sobre o mesmo período do ano passado, ou 3,220 milhões de pessoas a mais. No trimestre até julho, eram 11,847 milhões de desempregados.
A Pnad Contínua mostrou ainda que a população ocupada diminuiu 2,2 por cento em relação ao ano anterior, representando 1,991 milhão de pessoas a menos do que no ano passado.
Nos três meses até agosto, houve ainda queda de 1,7 por cento no rendimento médio na comparação com o mesmo período de 2015, para 2.011 reais.
Dados do Ministério do Trabalho há tinham destacado a deterioração do mercado ao mostrarem que o Brasil fechou 33.953 vagas formais de emprego em agosto, um pouco acima do esperado.