Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil voltou a subir no trimestre até fevereiro e o número de empregados com carteira de trabalho assinada atingiu o menor nível desde 2012, diante da economia que apresenta recuperação irregular no início do ano.
A taxa de desemprego brasileira avançou a 12,6 por cento nos três meses até fevereiro, mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta foi a segunda alta seguida após a taxa ter ficado em 12,2 por cento no trimestre até janeiro e ficou ligeiramente acima do esperado na pesquisa da Reuters de 12,5 por cento.
"Sempre no primeiro trimestre do ano a taxa tende a subir, pois existe a dispensa dos trabalhadores temporários contratados para as festas de final de ano", explicou em nota o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.
O país tinha 13,121 milhões de pessoas desempregadas entre dezembro e fevereiro, ante 12,689 milhões de pessoas nos três meses até janeiro e 13,547 milhões no mesmo período do ano anterior.
O contingente de pessoas ocupadas no período foi a 91,091 milhões, sobre 91,702 milhões no trimestre até janeiro e 89,346 milhões um ano antes.
O mercado de trabalho brasileiro, ainda sofrendo as consequências de dois anos de recessão, continua marcado pelo emprego informal.
Segundo o IBGE, número de trabalhadores no setor privado sem carteira assinada chegou a 10,761 milhões no trimestre até fevereiro, alta de 5 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, o contingente de empregados com carteira caiu 1,8 por cento, para 33,126 milhões, menor nível em números absolutos da série histórica iniciada em 2012, de acordo com o IBGE.
O rendimento médio do trabalhador, ainda segundo a Pnad Contínua, foi de 2.186 reais no trimestre até fevereiro, contra 2.176 reais nos três meses até janeiro e 1.248 no mesmo período do ano anterior.