Bogotá, 27 jun (EFE)-. O vice-presidente eleito da Colômbia, o
ex-sindicalista Angelino Garzón, disse hoje que o Congresso dos
Estados Unidos, particularmente o Partido Democrata, "está em dívida
moral" por não ter aprovado ainda o Tratado de Livre Comércio com o
país andino.
"Não é certo que não tenham aprovado o TLC com um país que fez os
maiores sacrifícios em vidas humanas e em recursos econômicos em sua
luta contra o narcotráfico, o terrorismo e a atividade criminosa",
disse Garzón em entrevista publicada neste domingo pelo jornal "El
Tiempo".
Garzón, companheiro de chapa do presidente eleito Juan Manuel
Santos, ressaltou que isso é "uma derrota para a democracia e um
desconhecimento de nossos avanços em direitos humanos".
O TLC entre Washington e Bogotá foi assinado em novembro de 2006,
mas não foi ratificado no Congresso dos EUA com o argumento de que
falta muito para fazer na Colômbia em relação a proteção dos
sindicalistas e o respeito aos direitos humanos.
"É um pretexto do Partido Democrata e dos sindicatos americanos
para esconder o protecionismo", assinalou Garzón.
Acrescentou que os "'falsos positivos' (execuções extrajudiciais
de militares contra civis apresentados como guerrilheiros abatidos)
foram combatidos e este ano não houve uma só denúncia".
"O Partido Democrata e os sindicatos americanos não querem
reconhecer os grandes esforços da Colômbia para impedir 'falsos
positivos', massacres, assassinatos de dirigentes políticos,
sindicais, de defensores de direitos humanos, de juízes, de
magistrados", ressaltou o vice-presidente eleito.
O Congresso dos Estados Unidos, insistiu, "está em dívida com a
Colômbia". "É como se eu afirmasse que os Estados Unidos violam os
direitos humanos por massacres como a da Virgínia Tech ou da base
militar do Texas", acrescentou. EFE