A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de São Francisco, Mary Daly, vê progresso na inflação dos Estados Unidos, mas reitera que a alta de preços segue muito acima da meta, e que não há pressa para reduzir os juros, visto que a economia norte-americana segue aquecida e resiliente, com crescimento sólido e mercado de trabalho forte. Ela destaca também que o Fed segue observando os desdobramentos recentes de dados econômicos e de conflitos geopolíticos, mas que, por ora, as tensões entre Israel e Irã parecem não respingar na inflação norte-americana.
Em evento da Universidade de Stanford na segunda-feira, 15, a líder da distrital de São Francisco - que tem direito a voto nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) - disse que os últimos dados do payroll (relatório de emprego) foram "incríveis", e que dão mais calma ao Fed.
"A pior coisa que podemos fazer é acelerar uma resposta, agora que não é preciso agir tão rápido", defende Mary Daly, ao pontuar que "imprevistos" inflacionários no meio do caminho não são surpreendentes e são, até mesmo, esperados.
A dirigente do Fed explica também que acredita que as taxas de juros neutras estão entre 0,5% e 1% na economia norte-americana, embora não seja possível mensurar. Porém, a resiliência econômica vem dando indícios de que é possível que a taxa neutra esteja mais elevada.