Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) sinalizaram nesta segunda-feira, 15, a possibilidade de a autoridade monetária cortar os juros em junho. O dirigente Peter Kazimir indicou estar aberto à possibilidade de a autoridade monetária cortar juros em junho, mas evitou se comprometer com um forward guidance explícito. Já o dirigente Olli Rehn afirmou que o BCE poderá cortar juros na próxima reunião, em junho, se a inflação na zona do euro desacelerar conforme o esperado.
"Agimos e agiremos informados pelos dados que chegam e nos adaptaremos às suas idas e vindas", escreveu Peter Kazimir, em publicação no blog da instituição.
O dirigente, que presidente o BC da Eslováquia, afirmou que a inflação na zona do euro demonstra sinais de declínio sustentado.
Para ele, o cenário abre caminho para o relaxamento da postura do BCE e a economia do bloco deve acelerar no segundo semestre deste ano.
Apesar disso, Kazimir avalia que o BC europeu precisa manter uma abordagem cautelosa. "Mesmo após o primeiro corte nas taxas, a nossa política monetária permanecerá restritiva; ela precisa permanecer", ressaltou.
Kazimir pontuou que o planeta está mais vulnerável a choques, com riscos de uma repentina escalada da inflação, de uma crise econômica global ou de uma mudança no comportamento de consumidores. "Ao manter a flexibilidade, podemos adaptar a nossa política a estas mudanças e mitigar o seu impacto na economia", comentou.
Em discurso realizado nesta segunda-feira, o dirigente Olli Rehn reforçou que as decisões do BCE serão baseadas na evolução dos indicadores econômicos.
Rehn, que preside o BC da Finlândia, ressaltou que há sinais de uma melhora nos dados de atividade, após um começo do ano enfraquecido.
De acordo com ele, a recuperação é sustentada pela resiliência do mercado de trabalho, mas há riscos ainda em vigor.
"A geopolítica pode, portanto, inviabilizar o desdobramento positivo da economia europeia", alertou Rehn.